Resultados Precoces do Procedimento de Norwood em um Centro de Referência no Brasil
AUTOR(ES)
Bezerra, Rodrigo Freire; Pacheco, Juliana Torres; Franchi, Sônia Meiken; Fittaroni, Rosangela Belbuche; Baumgratz, José Francisco; Castro, Rodrigo Moreira; Silva, Luciana da Fonseca da; Silva, José Pedro da
FONTE
Arquivos Brasileiros de Cardiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2022
RESUMO
Resumo Fundamento Apenas dois artigos abordam os resultados precoces de pacientes com síndrome do coração esquerdo hipoplásico (SHCE) submetidos à operação de Norwood, no Brasil. Objetivos Avaliamos pacientes com SHCE submetidos ao primeiro estágio da operação de Norwood para identificar os fatores preditivos de mortalidade precoce (nos primeiros 30 dias após a cirurgia) e intermediária (desde a sobrevida precoce até o procedimento de Glenn). Métodos Foram incluídos pacientes com SHCE submetidos em nosso serviço ao primeiro estágio da operação de Norwood de janeiro de 2016 a abril de 2019. Dados demográficos, anatômicos e cirúrgicos foram analisados. Os desfechos foram mortalidade precoce (nos primeiros 30 dias após a cirurgia), mortalidade intermediária (desde a sobrevida precoce até o procedimento de Glenn) e a necessidade de suporte pós-operatório com ECMO. Foram realizadas análises univariadas e multivariadas e calculados odds ratios, com intervalos de confiança de 95%. Um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados Um total de 80 pacientes com SHCE foram submetidos ao primeiro estágio da operação de Norwood. A taxa de sobrevida em 30 dias foi de 91,3% e a taxa de sobrevida intermediária foi de 81,3%. Quatorze pacientes (17,5%) necessitaram de suporte com ECMO. Menor peso (p=0,033), estenose aórtica (vs atresia aórtica; p=0,036) e necessidade de suporte pós-operatório com ECMO (p=0,009) foram fatores preditivos independentes para mortalidade em 30 dias. A estenose da valva mitral ( vs atresia da valva mitral; p=0,041) foi um fator preditivo independente para mortalidade intermediária. Conclusão O presente estudo inclui a maior coorte brasileira de pacientes com SHCE submetidos ao primeiro estágio da operação de Norwood na era recente. Nossas taxas de sobrevida foram comparáveis às mais altas taxas de sobrevida relatadas globalmente. Baixo peso corporal, estenose valvar aórtica e necessidade de suporte pós-operatório com ECMO foram preditores independentes para mortalidade em 30 dias. A estenose da valva mitral foi o único fator preditivo independente para mortalidade intermediária.
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