Resultados da esplenectomia no tratamento do câncer gástrico avançado

AUTOR(ES)
FONTE

ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-06

RESUMO

RACIONAL: A esplenectomia no tratamento do câncer gástrico avançado é advogada com o intuito de se realizar toalete linfonodal adequada, porém, seu benefício tem sido questionado ultimamente por estudos que a relacionam com aumento da morbimortalidade. OBJETIVO: Avaliar os resultados da associação da gastrectomia total D2 e esplenectomia correlacionando-os com a média dos resultados dos atendimentos sem ela. MÉTODOS: Análise retrospectiva de planilha prospectiva de pacientes com adenocarcinoma gástrico avançado submetidos à gastrectomia total com linfadenectomia a D2 e esplenectomia entre 1985 e 2005 no Serviço de Cirurgia do Estômago do HCFMUSP. RESULTADOS: Ao todo, 109 pacientes submetidos à gastrectomia total com linfadenectomia D2 foram inclusos no estudo nos quais foi realizada a esplenectomia associadamente. Destes, foi realizada ressecção concomitante de outros órgãos, em 43 pacientes (41 pancreatectomias, 5 colectomias segmentares e 3 hepatectomias). Em 39% dos casos foram observadas complicações pós-operatórias, incidência significativamente maior do que a média global do Serviço (24%). Em 10 (9,1%) pacientes foi verificada a ocorrência de abscessos intra-abdominais. Dez pacientes foram a óbito (9,1%), todos devido a complicações sépticas superiores à média global do Serviço de 3,7%. Foram observadas metástases para as cadeias 10 e 11d em 13 (11,9%) pacientes, sendo a ocorrência maior nos tumores do terço superior (19,5%) e nos tumores T4 (20%). CONCLUSÃO: A esplenectomia no tratamento do câncer gástrico está relacionada a aumento da morbimortalidade, devendo ser reservada para pacientes com tumores avançados localizados nas porções proximais do estômago.

ASSUNTO(S)

câncer gástrico esplenectomia morbidade mortalidade

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