Resultados cirúrgicos na revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea: análise de 3.410 pacientes
AUTOR(ES)
Lima, Ricardo de Carvalho, Escobar, Mozart Augusto Soares, Lobo Filho, José Glauco, Diniz, Roberto, Saraiva, Antonio, Césio, Antonio, Gesteira, Mário, Vasconcelos, Frederico
FONTE
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003-09
RESUMO
OBJETIVO: Nos últimos anos, tem-se observado um grande avanço na cirurgia de revascularização miocárdica sem circulação extracorpórea (RMSCEC). Esse desenvolvimento deveu-se à combinação dos avanços da técnica cirúrgica e ao desenvolvimento de instrumentos que possibilitam a realização deste procedimento nas mais variadas situações. Este é um estudo retrospectivo, que visa avaliar nossa experiência com este procedimento nos últimos 11,5 anos. Os autores enfatizam o rápido progresso do método nos últimos anos, suas indicações, contra-indicações e resultados. MÉTODO: No período de agosto de 1991 e dezembro de 2002, 3.410 pacientes consecutivos, portadores de angina do peito, foram submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica sem circulação extracorpórea. A idade variou de 13 a 93 anos (63 12,0 anos), sendo 58% dos pacientes do sexo masculino. A angina foi classificada segundo a Canadian Cardiovascular Society, sendo 6,1% na classe I, 6,8% na classe II, 46,3% na classe III e 40,8% na classe IV. RESULTADOS: A mortalidade intra-operatória foi baixa (0,4%). A mortalidade hospitalar (trinta dias de pós-operatório) foi de 2,58%. A mortalidade e morbidade, no grupo dos pacientes octogenários, foram extremamente baixas em relação aos pacientes operados com circulação extracorpórea (2,2% x 12,6%) (p<0,001). As complicações pós-operatórias que não resultaram em óbito foram de 7,6%. No último ano, não observamos diferença entre o número de condutos nos pacientes operados com e sem CEC [com CEC 2,81,2 e sem CEC 2,80,8 (NS)]. Infarto agudo do miocárdio foi a complicação não fatal mais freqüente, observada em 2,8% dos pacientes. O tempo médio de permanência na UTI foi de 22,3 horas. CONCLUSÕES: A RMSCEC, usada como técnica de revascularização em pacientes multiarteriais, é um procedimento reproduzível e apresenta resultados semelhantes aos obtidos com a operação convencional com CEC. Nesta série foi possível revascularizar o miocárdio sem circulação extracorpórea em mais de 95% dos pacientes, tornando assim, a princípio, todos os pacientes, com indicação de revascularização miocárdica, potenciais candidatos à operação de RMSCEC.
ASSUNTO(S)
coronariopatia revascularização miocárdica
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