Resultados cirúrgicos em pacientes com descargas bilaterais independentes do lobo temporal (DBILT) e ressonância magnética normal ou com esclerose mesial bilateral investigados com implante bilateral de grades subdurais
AUTOR(ES)
CUKIERT, ARTHUR, SOUSA, ALCIONE, MACHADO, ELCIO, BURATINI, JOSE AUGUSTO, FORSTER, CASSIO, ARGENTONI, MEIRE
FONTE
Arquivos de Neuro-Psiquiatria
DATA DE PUBLICAÇÃO
2000-12
RESUMO
INTRODUÇÃO: A introdução de novas tecnologias na prática clínica tem diminuído em muito a necessidade do estudo com eletrodos invasivos em pacientes epilépticos refratários. Por outro lado, alguns pacientes com epilepsia do lobo temporal ainda possuem exames de imagem normais ou com lesões potencialmente epileptogênicas bilaterais. Este estudo relata os resultados da neurofisiologia invasiva e da cirurgia neste grupo de pacientes. MÉTODOS: Dezesseis pacientes foram estudados. Onze possuíam RM normal (grupo I) e 5 esclerose mesial bilateral (grupo II). Todos possuíam DBILT e crises não-localizatórias após vídeo-monitorização. Todos foram implantados bilateralmente com placas subdurais de 32 contatos cada. Eles foram submetidos a córtico-amigdalo-hipocampectomia do lado definido pela neurofisiologia invasiva. RESULTADO: No grupo I, as crises originaram-se em somente um lado em 9 pacientes. Em 9 pacientes, as crises iniciavam-se em um lado, espraiando-se para os contatos ipsilaterais e a seguir contralateralmente. Por outro lado, em 2 pacientes do grupo I, as crises iniciavam-se na superfície mesial de um lado e espraiava-se inicialmente para a superfície mesial e neocórtex contralaterais, antes de invadir outros contatos ipsilaterais. Todos os pacientes do grupo II possuíam crises iniciando-se na região mesial. Oito pacientes do grupo I estão sem crises e 3 encontram-se na classificação de Engel II. Oitenta por cento dos pacientes do grupo II estão sem crises após a cirurgia e um paciente encontra-se em Engel II. CONCLUSÃO: Bons resultados cirúrgicos podem ser obtidos em pacientes com DBILT. Pacientes com RM normal parecem ter prognóstico pior quando comparados com aqueles com esclerose mesial unilateral ou mesmo bilateral. Extensa cobertura subdural é necessária para o estudo invasivo de pacientes com RM normal.
ASSUNTO(S)
epilepsia bitemporal cirurgia grades subdurais resultados rm
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