Resultado oncológico de tratamento cirúrgico versus protocolo de preservação de órgão em câncer de laringe e hipofaringe
AUTOR(ES)
Calvas, Oscar Israel Jaramillo, Ramos, Daniel Marin, Matos, Leandro Luongo, Kulcsar, Marco Aurélio Vamondes, Dedivitis, Rogério Aparecido, Brandão, Lenine Garcia, Cernea, Claudio Roberto
FONTE
Rev. Assoc. Med. Bras.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2017-12
RESUMO
Resumo Introdução: A partir de estudos do início dos anos 1990, popularizou-se o tratamento não cirúrgico com radioquimioterapia, com a perspectiva de manutenção do resultado oncológico e preservação do órgão em pacientes com carcinoma espinocelular avançado de laringe e hipofaringe. Entretanto, estudos posteriores demonstraram aumento da recorrência e da mortalidade com a difusão do tratamento não cirúrgico. Objetivo: Comparar o resultado oncológico dos tratamentos cirúrgico e não cirúrgico de pacientes com câncer de laringe e hipofaringe e avaliar as variáveis associadas à recidiva de doença. Método: Estudo de coorte retrospectiva de pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico (laringectomia total ou parcial) e não cirúrgico (radioterapia isolada, radioterapia concomitante a quimioterapia ou quimioterapia de indução seguida de radioterapia e quimioterapia) de 134 pacientes, sendo 62 no grupo cirúrgico e 72 no não cirúrgico. Resultados: As taxas de sobrevivência livre de doença foram maiores no grupo cirúrgico (81,7% vs. 62,2%; p=0,028), principalmente em estádios III/IV (p=0,018), tumores localmente avançados T3 e T4a (p=0,021) e casos N0/N1 (p=0,005). A presença de linfonodos cervicais, principalmente N2/N3, foi considerada fator de risco para recidiva de doença nos dois grupos (HR=11,82; IC95% 3,42-40,88; p<0,0001). Pacientes não submetidos ao tratamento cirúrgico apresentaram 3,8 vezes mais chance de desenvolvimento de recidiva (HR=3,76; IC95% 1,27-11,14; p=0,017). Conclusão: Pacientes com câncer de laringe ou hipofaringe tratados de forma não cirúrgica tiveram menor sobrevivência livre de doença, especialmente nos tumores localmente avançados (T3 e T4a) e com pescoço pouco comprometido (N0/N1).
ASSUNTO(S)
neoplasias laríngeas neoplasias hipofaríngeas carcinoma de células escamosas laringectomia radioterapia tratamento farmacológico
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