RESTAURAÇÃO FLORESTAL NA MATA ATLÂNTICA: PASSIVA, NUCLEAÇÃO E PLANTIO DE ALTA DIVERSIDADE
AUTOR(ES)
Trentin, Bruna Elisa, Estevan, Daniela Aparecida, Rossetto, Elson Felipe Sandoli, Gorenstein, Mauricio Romero, Brizola, Gilmar Poser, Bechara, Fernando Campanhã
FONTE
Ciênc. Florest.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2018-03
RESUMO
RESUMO Devido à crescente degradação ambiental, entender o funcionamento das técnicas de reflorestamento e outras técnicas de restauração tornou-se substancial para embasar a recomposição destes ecossistemas degradados. O objetivo deste trabalho foi monitorar a vegetação de uma área em restauração através de três diferentes técnicas. A área possui 7,2 ha em floresta subtropical em Dois Vizinhos, estado do Paraná, Brasil e encontra-se a aproximadamente 20 metros de um fragmento de floresta secundária. O experimento foi delineado através de 12 parcelas com três tratamentos (T1-3), distribuídas em quatro blocos casualizados. T1: regeneração natural através da restauração passiva. T2: conjunto de técnicas de nucleação. T3: plantio de mudas através de linhas de recobrimento e diversidade (3 x 2 m). Para fins de amostragem, cada parcela foi dividida em 24 subparcelas. Com a finalidade de avaliar a presença de plantas, após dois anos e oito meses da implantação dos tratamentos foi realizado um levantamento em três subparcelas aleatórias para cada parcela, em que foram identificados e quantificados todos os indivíduos maiores que 50 cm de altura. A riqueza de espécies nativas foi acima de 87% em todos os tratamentos, enquanto a presença de espécies herbáceas foi maior na restauração passiva e a de lenhosas no plantio. As síndromes de dispersão mais comuns foram anemocoria e zoocoria. Através da comparação entre os indivíduos plantados e regenerantes dos três tratamentos, a técnica de plantio apresentou a maior diversidade de Shannon (3,017) com 148 indivíduos e 53 espécies, entretanto, não houve diferença significativa. Essa maior diversidade está associada ao grande número de espécies plantadas, mas ainda não há a facilitação da regeneração de espécies em seu sub-bosque, nesta idade. Analisando-se apenas os indivíduos regenerantes, o tratamento que obteve maior diversidade de Shannon foi a nucleação (2,078) com um total de 908 indivíduos pertencentes a 40 espécies, contudo, esta não foi estatisticamente diferente da restauração passiva (Shannon = 1,965) que apresentou 2.018 indivíduos pertencentes a 40 espécies. Os tratamentos mais similares floristicamente, foram a restauração passiva e a nucleação. A nucleação facilitou a regeneração natural de espécies (17 espécies plantadas e 40 regenerantes) enquanto a restauração passiva evidenciou alta resiliência, desta forma, a utilização da restauração passiva pode ser considerada uma eficiente alternativa, uma vez que seus resultados não se diferiram estatisticamente da nucleação, e a principal vantagem desta técnica é o custo reduzido.
ASSUNTO(S)
técnicas nucleadoras linhas de recobrimento e diversidade restauração ecológica
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