Ressuscitação cardiopulmonar pré-hospitalar: fatores determinantes da sobrevida
AUTOR(ES)
Daniela Aparecida Morais
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
04/07/2012
RESUMO
As doenças cardiovasculares constituem o mais importante grupo de causas de morte no país e dentre essas, destacam-se as isquêmicas do coração, responsáveis pela maioria dos episódios de parada cardiorrespiratória. Cerca de 80,0% dessas ocorrem em ambiente pré-hospitalar. Vários fatores pré e intra-hospitalares podem influenciar nos resultados do atendimento ao paciente. Esse estudo foi desenvolvido com o objetivo de analisar os fatores determinantes da alta hospitalar com vida de pessoas que receberam manobras de ressuscitação cardiopulmonar em ambiente pré-hospitalar. Trata-se de um estudo longitudinal, realizado a partir de 1.165 fichas de atendimento pré-hospitalar de pessoas que receberam manobras de ressuscitação cardiopulmonar por equipes das unidades de suporte avançado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Belo Horizonte, no período de 01/01/2008 a 17/10/2010. Os dados foram submetidos a tratamento estatístico (análise descritiva e de associação). Verificou-se que a maioria das pessoas (685- 58,9%) era do sexo masculino, a mediana da idade foi de 64 anos. O maior empenho de ambulâncias foi no período matutino (342-37,1%) e a mediana do tempo de seu deslocamento foi de nove minutos. O retorno da circulação espontânea foi observado em 239 (20,5%) pessoas que foram encaminhadas para unidades hospitalares. Verificou-se associação desse desfecho com a "PCR presenciada por pessoas treinadas em suporte básico de vida" (OR=3,49; p<0,05; IC95%), a "PCR presenciada por equipes do SAMU" (OR=2,99; p<0,05; IC95%), "a realização de suporte básico de vida" (OR=0,142; p<0,05; IC95%), "o ritmo cardíaco inicial de assistolia" (OR=0,33; p<0,05; IC95%). No ambiente hospitalar, foi possível acessar 111 (68,5%) prontuários. A maioria dos pacientes (106-95,5%) foi admitida na sala de emergência, 21 (23,6%) tiveram uma nova PCR à admissão e desses 10 (47,6%) foram a óbito. Receberam alta hospitalar com vida 14 pacientes e encontrou-se associação com esse desfecho a "ventilação espontânea até 72 horas" e a "sedação". Foram visitados 11 (91,6%) pacientes que estavam conscientes, eram independentes para o desenvolvimento das atividades de vida diária. Somente um paciente não desenvolvia atividades laborativas e outro apresentou pequeno déficit de memória. Os resultados evidenciam a importância da implementação de cuidados adequados no ambiente pré-hospitalar quanto no hospital, pois apesar de a parada cardíaca ser a emergência clínica mais grave e com pior prognóstico no nosso meio, existe a possibilidade de pacientes se recuperarem e retornarem às suas atividades normais.
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/GCPA-8Y9GD3Documentos Relacionados
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