Ressecção hepática: experiência de 10 anos de uma única Instituição
AUTOR(ES)
Coelho, Julio Cezar Uili, Claus, Christiano Marlo Paggi, Machuca, Tiago Noguchi, Sobottka, Wagner Herbert, Gonçalves, Carolina Gomes
FONTE
Arquivos de Gastroenterologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004-12
RESUMO
RACIONAL: A ressecção hepática constitui o principal tratamento da maioria das neoplasias primárias do fígado e de casos selecionados de tumores metastáticos. Entretanto, este procedimento está associado a taxas expressivas de morbidade e mortalidade. OBJETIVO: Analisar a experiência com hepatectomia em um período de 10 anos para determinar os fatores de risco, a morbidade e a mortalidade das ressecções hepáticas. PACIENTES E MÉTODOS: Revisão retrospectiva dos prontuários médicos dos pacientes que foram submetidos a hepatectomia no período de janeiro de 1994 a março de 2003. RESULTADOS: Foi realizada hepatectomia em 83 pacientes (41 mulheres e 42 homens) durante o período do estudo. A idade média dos pacientes foi de 52,7 anos, com variação de 13 a 82 anos. As principais indicações de ressecção hepática foram carcinoma do intestino grosso metastático (36 pacientes) e carcinoma hepatocelular (19 pacientes). Hepatectomias ampliadas e maiores foram realizadas em 20,4% e 40,9% dos pacientes, respectivamente. Transfusão sangüínea foi necessária em 38,5% das operações. A morbidade total foi 44,5%. Complicações com risco de vida ocorreram em 22,8% dos casos e as mais comuns foram pneumonia, insuficiência hepática, coleção intra-abdominal e sangramento intra-abdominal. Entre as complicações menores (30%), as mais comuns foram extravasamento biliar e derrame pleural. O tamanho do tumor e transfusão sangüínea foram associadas com complicações maiores (P = 0,0185 e P = 0,0141, respectivamente). A mortalidade operatória foi de 8,4% e os fatores de risco relacionados com a mortalidade foram idade avançada e realização de exclusão vascular (P = 0,0395 e P = 0,0404, respectivamente). O período de internação médio foi de 6,7 dias. CONCLUSÃO: As hepatectomias podem ser realizadas com baixa mortalidade e aceitável morbidade. Transfusão sangüínea pode ser reduzida com o emprego de técnica meticulosa e quando indicada, a exclusão vascular.
ASSUNTO(S)
neoplasias hepáticas metástase neoplásica carcinoma hepatocelular hepatectomia fatores de risco
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