Ressecção de carcinoma hepatocelular na era do transplante de fígado: vale a pena? Experiência de um único centro

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-09

RESUMO

RESUMO Contexto - A ressecção do carcinoma hepatocelular é um procedimento terapêutico potencialmente curativo que pode ser realizado imediatamente após sua indicação, sem a necessidade de longo tempo de espera e com custos mais baixos quando comparado com o transplante hepático, sendo uma boa alternativa em pacientes com função hepática preservada. Objetivo - Avaliar os resultados a longo prazo da ressecção hepática em centro de alto volume cirúrgico para pacientes selecionados com carcinoma hepatocelular em um contexto de uma longa lista de espera para transplante de fígado. Métodos - Cento e um pacientes com carcinoma hepatocelular, com idade média de 63,1 anos, e função hepática preservada foram submetidos à ressecção hepática. Os dados clínicos e patológicos foram avaliados como fatores prognósticos. O seguimento médio foi de 39,3 meses. Resultados - Todos os pacientes apresentavam um único nódulo e 57 (58,2%) estavam dentro dos critérios de Milão. O tamanho do nódulo variou de 1 a 24 cm de diâmetro. Em 74 pacientes, a ressecção hepática foi realizada com a abordagem aberta e em 27 (26,7%) através de laparoscopia.A morbidade pós-operatória foi de 55,3%, sendo 75,5% das complicações classificadas como Dindo-Clavien I e II e a mortalidade operatória foi de 6,9%. As sobrevida global e livre de doença em 5 anos foram 49,9% e 40,7%, respectivamente. Depois de análise univariada log-rank, os níveis de alfa-fetoproteína no pré-operatório (P=0,043), CA19-9 (P=0,028), invasão de cápsula (P=0,03), margem positiva (R1-R2) (P=0,004) e classificação de morbidade de Dindo-Claviens tipo IV (P=0,001) foram os únicos parâmetros que tiveram um impacto negativo significativo na sobrevida global. Na avaliação de risco relativo (odds-ratio), os únicos fatores importantes para a sobrevivência foram altos níveis de alfa-fetoproteína (P=0,037), e ausência de margens livres (P=0,008). Conclusão - A ressecção hepática em casos seleccionados, é um tratamento potencialmente curativo com morbilidade e mortalidade aceitáveis e, num contexto de uma longa lista de espera para transplante, tem um papel importante para o tratamento do carcinoma hepatocelular.

ASSUNTO(S)

carcinoma hepatocelular, terapia ablação por cateter neoplasias hepáticas transplante de fígado estadiamento de neoplasias resultado de tratamento listas de espera análise de sobrevida

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