Respostas hemodinâmicas e atividade de calicreína plasmática em diabéticos tipo 2 e não diabéticos após teste incremental e exercício realizado a 90% do limiar de lactato

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O diabetes mellitus tipo 2 traz diversas complicações e a hipertensão arterial (HA) é principal fator de risco para doenças cardiovasculares podendo ocorrer devido a vários fatores dentre os quais se destacam alterações no sistema calicreína-cinina (SCC) e na variabilidade da freqüência cardíaca (VFC). O exercício físico auxilia no controle da HA, porém é desconhecido os efeitos de diferentes intensidades de exercício na pressão arterial (PA), atividade de calicreína plasmática (ACP) e VFC em diabéticos tipo 2 (DM2). O objetivo, portanto foi analisar e comparar respostas de PA, de ACP e componentes da VFC em DM2 e não diabéticos tipo 2 (NDM2) após teste incremental (TI) e exercício aeróbio realizado a 90% do limiar de lactato (90% LL). Participaram do estudo 23 indivíduos sedentários, sendo 13 DM2 e 10 NDM2. Foram realizadas 3 sessões experimentais randomizadas (exceto TI): a) sessão controle (CON), 20 min de repouso sentado; b) sessão 90% LL, 20 min de exercício em cicloergômetro com intensidade relativa a 90% do LL; c) sessão TI, teste em cicloergômetro (incrementos de 15W a cada 3 min até exaustão). A PA foi mensurada pré teste a cada 5 min por 20 min e após o fim da sessão a cada 15 min durante 135 min. Coletas de sangue capilarizado do lóbulo da orelha (lactato e glicemia) foram realizadas pré teste aos 20 min, e pós teste a cada 15 min em todas as sessões por 135 min. Coletas de sangue venoso (ACP) ocorreram aos R15, R45, R90 e R135 min da recuperação em todas as sessões. A análise da VFC foi realizada em intervalos de 5 min em repouso e no período de recuperação em R15, R30 e R45 min. Foi utilizada ANOVA two way e post-hoc de Bonferroni para análise de PA, teste de Friedman e post hoc de Dunn para análise da ACP e ANOVA two way, Mauchly (quando necessária correção de Huynh-Feld) e post hoc LSD para os componentes de VFC. No grupo DM2, ocorreu hipotensão pós-exercício (HPE) de PAS, somente após TI (R45, R60 e R75) não sendo verificada após 90% LL. Em NDM2, ocorreu HPE de pressão arterial sistólica (PAS) tanto após TI (R30 e R45) quanto após 90% LL (R30, R45 e R120). Não foram observadas HPE na pressão arterial diastólica em ambos os grupos nas intensidades avaliadas. A ACP aumentou apenas em NDM2 após 90% LL (R15) não se alterando após nenhuma sessão de exercício em DM2. Na VFC não houve alterações no componente LF em ambos os grupos nas duas intensidades (TI e 90% LL). O HF em NDM2, não diferiu no período de recuperação, já em DM2 aumentou após TI (R30 e R45). O LF/HF, em NDM2 aumentou após 90% LL (R15) e TI (R15 e R30), porém em DM2 aumentou apenas após 90% LL (R15) (p ≤ 0,05). Pode-se concluir que o exercício demonstrou ser efetivo no controle da PA em DM2 através da HPE e a intensidade interfere nas respostas pressóricas, de calicreínas e VFC tanto em DM2 quanto em NDM2.

ASSUNTO(S)

educacao fisica diabetes tipo 2 postexercise hypotension kalikrein-kinin system sistema calicreína-cinina type 2 diabetes hipotensão pós-exercício variablidade da freqüência cardíaca

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