Respostas crônicas do treinamento de força em duas diferentes condições : exercício rosca bíceps em amplitude parcial x amplitude completa de movimento

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Introdução: muitos atletas e sujeitos mais experientes no treinamento de força utilizam-se de exercícios em amplitudes parciais, acreditando na hipótese de obter um maior incremento em força e hipertrofia muscular, pela possibilidade de aplicar maiores sobrecargas em ângulos em que maior força pode ser produzida. Alguns autores baseiam-se em respostas agudas, os quais encontram diferenças significativas entre as cargas aplicadas em amplitudes parciais comparadas às totais, e extrapolam esses resultados, defendendo a hipótese de ocorrer maiores incrementos em força e hipertrofia muscular utilizando esse método de treinamento. No entanto, em estudos que compararam as duas formas de execução de forma crônica no exercício supino, não ocorreu diferença significativa entre os grupos nos ganhos de força, ou ainda, houve um ganho superior para o grupo que treinou em amplitude completa de movimento. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi testar essa hipótese, utilizando o exercício rosca bíceps Scott, para observar se o treinamento em amplitudes parciais pode ser capaz de incrementar mais a força e hipertrofia muscular, em relação ao treinamento em amplitude completa de movimento. Métodos: a amostra foi constituída por 40 sujeitos jovens, saudáveis e destreinados, divididos em 3 grupos: GAP treinou em amplitude parcial de movimento (n=15), GAC treinou em amplitude total de movimento (n=15), e 10 sujeitos serviram como controle (GC). GAP e GAC foram submetidos a um período de 10 semanas de treinamento, bissemanal, com intensidade que foi evoluindo de forma linear ao longo de todo o período (de 20RMs a 8RMs). A força máxima foi avaliada por teste de 1RM e teste dinâmico em dinamômetro isocinético (60º p/seg-1.). Também foi avaliada a espessura muscular através de ultrasonografia dos músculos Bíceps Braquial e do Braquial, além do perímetro do braço direito, como indicativos de hipertrofia. Resultados: as cargas aplicadas para o GAP, durante todo o período de treinamento foram significativamente mais altas (p<0,001) em comparação a GAC, desde o início e em todos os momentos de incremento de intensidade (20,15,12,10 e 8RMs). No entanto os resultados encontrados na força máxima (1RM) foram maiores para o GAC quando comparado ao GAP, assim como maiores para GAC e GAP quando comparado a GC (p<0,001). Ambos os grupos (GAP e GAC) obtiveram maiores valores nos dados de ultrasom e perimetria, quando comparados ao GC (p<0,001), sem diferenças significativas entre os grupos para essas variáveis. Discussão: os dados encontrados concordam com alguns estudos que também encontram diferenças significativas entre GAP e GAC na sobrecarga de execução, quando expostos a testes agudos. No entanto, discorda da hipótese defendida por alguns investigadores, que atribuem ao treinamento parcial maiores incrementos da força muscular. Conclusão: em conclusão, o presente estudo demonstra que o treinamento dos flexores do cotovelo em amplitudes parciais é menos efetivo do que o treinamento em amplitudes completas, para o incremento de força máxima. Dessa forma não defendemos a hipótese de aplicação desse método, já que a sobrecarga foi significativamente superior para GAP em todos os momentos do período de treino, sem resultados mais efetivos e que justifique a sua utilização.

ASSUNTO(S)

treinamento de força amplitude de movimento articular

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