Resposta à mosca-branca (Bemisia tabaci) e ao Tomato severe rugose virus de acessos de Solanum subgênero Leptostemonum

AUTOR(ES)
FONTE

Hortic. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-09

RESUMO

A mosca-branca (Bemisia tabaci) e a infecção por espécies de Begomovirus são dois graves problemas fitossanitários que afetam a produção e qualidade do tomateiro (Solanum lycopersicum) e de outras solanáceas de importância econômica. O presente trabalho foi conduzido sob condições controladas, em casa de vegetação, visando avaliar a resposta ao Tomato severe rugose virus (ToSRV) e à mosca-branca (B. tabaci biótipo B) de 36 acessos de espécies relacionadas ao gênero Solanum subgênero Leptostemonum (= grupo das solanáceas providas de espinhos). A inoculação de ToSRV foi realizada em mudas (43 dias após o semeio) utilizando-se um colônia virulífera de B. tabaci biótipo B. Duas cultivares de tomateiro foram incluídas como testemunhas suscetíveis. A avaliação ao ToSRV foi feita de acordo com uma escala de severidade de sintomas e a presença de infecção sistêmica foi verificada via reação em cadeia da polimerase (PCR) com 'primers' universais para espécies de Begomovirus. A maioria dos acessos apresentou uma resposta do tipo resistência ou quase imunidade ao ToSRV, não apresentando sintomas evidentes e nenhum indício de infecção sistêmica ou acumulação viral. Um grupo reduzido de acessos de S. stramonifolium, S. asperolanatum e S. jamaiscense apresentou uma resposta do tipo tolerância, caracterizada por baixa acumulação viral e sintomas suaves. O acesso S. mammosum 'CNPH 035', embora tolerante, foi o único que apresentou sintomas mais evidentes de infecção viral e acumulação de ToSRV. O mesmo grupo de 36 acessos foi avaliado em relação à colonização por B. tabaci em testes de livre escolha. Diferenças significativas foram observadas entre acessos para oviposição e o número de ninfas no quarto instar, indicando a presença de fatores de resistência ao inseto. Dez acessos de S. asperolanatum, S. stramonifolium, S. paniculatum e S. syssimbriifolium se mostraram completamente livres de oviposição. Desta forma, esses acessos do subgênero Leptostemonum podem ser considerados potenciais fontes de genes de resistência tanto para B. tabaci quanto para ToSRV. Essa diversidade genética pode ser transferida para outras espécies do gênero Solanum via técnicas de biologia celular e/ou isolamento e mobilização desses genes via transgenia. Os resultados também sugerem que, em condições naturais, espécies do subgênero Leptostemonum não representam importantes fontes de inóculo de ToSRV e/ou hospedeiras alternativas para B. tabaci.

ASSUNTO(S)

solanáceas espinhosas begomovirus aleirodídeo resistência jurubebas

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