Resistência à insulina na pubarca precoce - Relação com os androgênios

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2001-06

RESUMO

O objetivo deste estudo foi descrever o perfil da insulina e determinar sua relação com o hiperandrogenismo na pubarca precoce (PP). Avaliamos 23 meninas com PP devido à adrenarca precoce e 5 controles (C) pré-puberais normais (7,3±1,1 x 7,1±1,8 anos). Os níveis de sulfato de deidroepiandrosterona (SDHEA), testosterona (T) e globulina ligadora dos hormônios sexuais (SHBG) foram medidos. O índice de massa corporal (IMC) e o índice do androgênio livre (IAL) foram calculados. O teste oral de tolerância à glicose (G) foi realizado; sendo calculadas a relação de jejum da insulina (I) pela G (FIGR= I/G) e as áreas abaixo das curvas da G e I (AACG e AACI). A FIGR > 22 foi considerada como sugestiva de resistência a I (RI). O IMC foi maior na PP do que nos C: 18,8±3,0 x 15,5±1,6, p= 0,03. Os níveis de SDHEA (71,7±40,6 x 34,2±6,9µg/dl, p= 0,02), T (0,41±0,4 x 0,17±0,1nmol/L, p= 0,02) e IAL (0,73±0,7 x 0,17±0,04, p= 0,001) foram maiores na PP, enquanto a SHBG (63,7±23,1 x 110,2±23,9nmol/L, p= 0,0006) foi menor. A FIGR foi sugestiva de RI em 44% dos casos de PP, mas os níveis de G, I, a AACG, a AACI e a FIGR foram semelhantes aos C. Na PP foi observada correlação inversa entre SDHEA e I (r = -0,43, p= 0,04) e entre SHBG e IMC (r = -0,74, p = 0,0001) e AACI (r=-0,36, p= 0,09). A AACI mostrou uma correlação positiva com o IMC (r=0,56, p= 0,006) e a FIGR (r= 0,86, p= 0,0001). Embora o hiperandrogenismo adrenal possa não ter um efeito adverso sobre a sensibilidade à I na infância, como demonstrado pela correlação inversa entre o SDHEA e a I em meninas com PP, a presença da FIGR sugestiva de RI foi relativamente comum, permanecendo incerta a relação entre os níveis dos androgênios adrenais e a sensibilidade à insulina.

ASSUNTO(S)

resistência à insulina hiperandrogenismo adrenal pubarca precoce

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