Resgate uterino em neoplasia trofoblástica gestacional de alto risco tratada com EMA-CO por embolização de artérias uterinas devido a malformações arteriovenosas

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ginecol. Obstet.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-04

RESUMO

Resumo Mola hidatiforme completa (MHC) é um tipo raro de gravidez, na qual 15 a 20% dos casos podem desenvolver neoplasia trofoblástica gestacional (NTG). O diagnóstico de NTG deve ser feito o mais cedo possível, pelo monitoramento semanal do hCG sérico após esvaziamento uterino. Relatamos o caso de uma paciente primigesta, de 23 anos de idade, com MHC, sem vigilância de hCG após esvaziamento uterino. Dois meses depois, a paciente compareceu na emergência com sangramento vaginal, sendo encaminhada ao Centro de Doenças Trofoblásticas do Hospital São Paulo, onde foi diagnosticada com NTG de alto risco, estádio e score de risco III:7 de acordo com a The International Federation of Gynecology and Obstetrics/Organização Mundial de Saúde (FIGO/OMS). O exame ultrassonográfico revelou útero aumentado com uma massa heterogênea constituída pormúltiplos vasos volumosos invadindo e desestruturando o miométrio. A paciente evoluiu com piora progressiva do sangramento vaginal após quimioterapia com o regime etoposide, methotrexate, actinomycin D, cyclophosphamide and vincristine (EMA-CO). Ela foi submetida a transfusão de sangue e embolização das artérias uterinas devido aos episódios graves de hemorragia vaginal, com completo controle do sangramento. O hCG atingiu valor negativo após o terceiro ciclo, havendo regressão completa da vascularização uterina anômala, assim como recuperação da anatomia uterina. O tratamento em um centro de referência permitiu o manejo adequado, principalmente no que se refere à embolização das artérias uterinas através da punção percutânea da artéria femoral, que foi crucial para evitar a histerectomia, permitindo a cura da NTG e a manutenção da vida reprodutiva.

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