Reprodutibilidade do índice de risco para infecção em sítio cirúrgico do National Nosocomial Infections Surveillance System (CDC, USA) em Hospitais de Belo Horizonte
AUTOR(ES)
Jose Mauro Nogueira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Com o objetivo de verificar a reprodutibilidade do Indice de Risco de Infeccao Cirurgica (IRIC) do National Nosocomial Infections Surveillance System (NNISS) dos Centers for Disease Control and Prevention dos EUA, analisou-se uma coorte historica de 244.879 procedimentos cirurgicos realizados em tres hospitais de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil entre 1993 e 2006 (mediana de leitos: 120; dois hospitais gineco-obstetricos e um clinicocirurgico; nenhum com filiacao academica). Compararam-se os seus dados com os do relatorio de infeccoes de sitio cirurgico (ISC) do NNISS de 2004 (abrangendo o periodo de 1992 a 2004), utilizando analise estatistica pelo metodo do Ó2 e com a correcao de Bonferroni para multiplas comparacoes. Nos hospitais brasileiros fez-se busca ativa de ISC, inclusive com contato por telefone com o(a) paciente no trigesimo dia de pos-operatorio (sucesso em 60,1% dos casos). Na base de dados local ha um predominio evidente de procedimentos gineco-obstetricos (47,8%). Ha, tambem, ocorrencia muito grande (97,8%) de procedimentos nos dois estratos de menor risco de ISC. A comparacao da abordagem a ceu aberto com a endoscopica em 15 grupos de procedimentos da base de dados local, encontrou taxa global de ISC menor no segundo tipo de abordagem em cinco grupos. O IRIC nao conseguiu estratificar o risco de ISC em 25 grupos de procedimentos com 46,7% dos procedimentos da base local. Em 19 grupos de procedimentos, abrangendo 45,8% dos procedimentos locais, ocorreram agrupamentos do indice diferentes dos do NNISS. E em apenas 3 grupos de procedimentos, com 7,5% do total de procedimentos da base de dados local, houve agrupamentos do indice concordantes com os obtidos no NNISS. As causas para as discordancias entre os resultados locais e os do NNISS podem ser a incapacidade do IRIC de: a) detectar as diferencas no risco intrinseco (estado nutricional, raca, etc) que nao seriam adequadamente mensuradas pelo escore da American Society of Anesthesiologists usado no indice para avaliar o risco intrinseco de ISC; b) detectar as diferencas na qualidade dos cuidados preventivos; c) estratificar o risco de ISC em todos os tipos de populacao; d) controlar as diferencas na busca ativa de ISC, especialmente na extensao do acompanhamento pos-alta hospitalar; ou e) controlar as diferencas de qualidade na coleta das informacoes. Conclui-se que, na base de dados estudada, o IRIC nao e reprodutivel. Os hospitais desta base sao bem diferentes dos do NNISS. As comparacoes das taxas de ISC nao podem ser feitas com as dos relatorios do NNISS, mas, apenas, dentro da base de dados local. Esforcos devem ser feitos para o desenvolvimento de um indice de risco de ISC mais adequado.
ASSUNTO(S)
análise estatística decs medicina tropical teses. infecção hospitalar/epidemiologia decs estudos de coortes decs dissertações acadêmicas decs indicador de risco decs infecção da ferida operatória/epidemiologia decs
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7XBFYSDocumentos Relacionados
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