Reprodutibilidade de leitura de retinografias digitais do ELSA Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012

RESUMO

O estudo Elsa-Brasil visa à investigação de fatores de risco para saúde da população adulta, sendo realizado em seis estados brasileiros. Os participantes foram submetidos, na linha de base, a diferentes exames, entre os quais a retinografia. A análise da retinografia foi realizada para identificar anormalidades de fundo de olho como retinopatia diabética, degeneração macular relacionada à idade, entre outros. Participantes com tais anomalias foram notificados em conformidade. O centro de leitura de retinografia tinha seis leitores certificados disponíveis para analisar as fotografias do fundo de olho. Os leitores foram treinados de acordo com a sua formação profissional prévia. Entre os oftalmologistas a padronização enfatizou a classificação de resultados anormais e estabelecimento dos resultados. Para estudantes de medicina, um mínimo de três meses de treinamento com um oftalmologista foi necessário antes de iniciar as leituras. O supervisor realizou controle periódico de qualidade das imagens no Centro de leitura de retinografia. No total, foram avaliadas mais de 40.000 imagens de fundo (cerca de quatro por participante). Análise de confiabilidade intra e interobservador foram realizadas para legibilidade das imagens e presença de achados anormais. Avaliaram-se as fotografias de fundo de olho de 10.648 participantes do estudo ELSA, com 52,8 ±9.2 anos, 53,5% eram mulheres e mais de 60% tinha iniciado ou concluído uma licenciatura. Os centros com maior número de participantes foram São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo, respectivamente. Cerca de 91% das imagens, tanto para olho direito como olho esquerdo, foram legíveis, 12% dos participantes apresentaram achados compatíveis com alteração ocular, demandando confirmação diagnóstica por especialista. A concordância interobservador para legibilidade e resultado da leitura (normal, alterado ou inconclusivo) obteve um coeficiente kappa moderado para ambos os olhos (entre 0,4 e 0,6). Em relação à análise intraobservador, o kappa obtido para resultado da leitura foi bom (entre 0,6 e 0,8) e para legibilidade foi moderado. Diferenças de formação e experiência entre leitores poderiam explicar tanto a variação nos coeficientes kappa para o intraobservador, quanto o kappa global. O coeficiente kappa para análise intraobservador de resultado foi bom, sendo que entre os leitores experientes houve maior concordância. Por outro lado, maior número de leitores, incluindo os com maior e menor experiência, permitiu obter coeficiente kappa moderado para análise interobservador de avaliação de anormalidades. Finalmente, os resultados mostraram adequada concordância entre observadores e os achados da retina podem ser usados para avaliar associações com desfechos clínicos incidentes nesta coorte. Os resultados indicam que a avaliação de confiabilidade intraobservador é necessária e que os leitores devem ser experientes ou treinados de forma mais consistente e por mais tempo.

ASSUNTO(S)

reprodutibilidade dos testes retina

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