Reprodução do pirá-brasília, Simpsonichthys boitonei Carvalho (Cyprinodontiformes, Rivulidae), e caracterização de seu habitat na Reserva Ecológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Brasília, Distrito Federal, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Zoologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005-12

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar a reprodução e as características físicas e químicas do habitat de Simpsonichthys boitonei Carvalho, 1959, uma espécie rara e endêmica do Distrito Federal. Os peixes foram coletados com peneira em uma poça temporária localizada na Reserva Ecológica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (RECOR), bacia do rio Taquara, Distrito Federal. Os exemplares foram medidos (comprimento total em mm) e pesados (peso total, peso das gônadas femininas e peso do corpo em gramas) para o cálculo do fator de condição (K), do índice gonado-somático (IGS) e do índice gonadal (IG). Também foram feitas análises físicas e químicas do ambiente. O brejo permaneceu com água durante oito meses (de dezembro a agosto), com transparência total, profundidade não ultrapassando 25 cm, condutividade menor que 15 µS/cm e pH entre 4,70 a 5,11. O oxigênio dissolvido variou entre 2,60 a 4,15 ppm, e a temperatura da água entre 20 a 25,5ºC. A análise da reprodução evidenciou que são peixes de desova parcelada, cujas fêmeas adultas permanecem com fator de condição alto durante boa parte da vida, diminuindo à medida que envelhecem. Os ovos foram depositados no substrato, e o período de incubação variou de 55 a 100 dias. Em laboratório esses ovos foram mantidos em água, onde 15,4% completaram o desenvolvimento embrionário. A proporção de fêmeas foi significativamente maior que a de machos. Pelas características acima, pode-se inferir que duas gerações do pirá-brasília podem ser encontradas no mesmo período de inundação.

ASSUNTO(S)

limnologia peixes anuais pirá-brasília poças temporárias reprodução

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