Representações sociais dos portadores do HIV e dos profissionais de saúde sobre a AIDS

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Esta pesquisa teve como tema as Representações Sociais dos portadores do HIV e dos profissionais de saúde sobre a AIDS, e como objetivos apreender as representações sociais destes dois sujeitos (portadores do HIV e profissionais de saúde) sobre a AIDS e analisar estas representações. O estudo desenvolveu-se no Centro de Referência Estadual em Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS no município de Feira de Santana ? Bahia com 40 sujeitos sendo 25 portadores do HIV de ambos os sexos e 15 profissionais de saúde, através de entrevista semi- estruturada, da observação não-participativa e da associação livre de palavras. Utilizamos como embasamento teórico-filosófico a Teoria das Representações Sociais e as técnicas de análise temática e fatorial de correspondência através do programa Tri-Deux Mot. Os resultados obtidos nos propiciaram apreender que as representações sociais dos portadores do HIV ancoram que a AIDS é a doença do outro, doença comum, doença punitiva, que vai ter cura, além de ser perigosa. A soropositividade favorece a exclusão social, e, por isso, suscita no portador do HIV o desejo de permanecer no anonimato, de ter suporte religioso e familiar, como mecanismos de ajuda, acreditando na cura o mais breve possível. O conviver com o diagnóstico representa mudança de vida diante da perspectiva de morte próxima; culpa por não ter protegido a si e à prole, indignação/raiva por ter se contaminado dentro do próprio lar. Para os profissionais de saúde, a AIDS é uma doença nova; perigosa, e dos que não se previnem. No gráfico da Análise Fatorial de Correspondência(AFC), foi verificada, mediante a evocação de palavras sobre AIDS, a oposição de pensamentos entre os portadores do HIV e os profissionais de saúde, tanto do sexo masculino como do sexo feminino. Assim apreendemos que, mesmo com sujeitos distintos as representações sociais sobre AIDS ancoram com oposição entre o pensamento científico e o senso comum. Verificamos que a vulnerabilidade está aumentando para homens heterossexuais, e que o uso de preservativo para o portador do HIV pode ser considerado atestado de doença ou de infidelidade. Portanto, faz-se necessário abordagens educativos para o aconselhamento de casai, adolescentes, homens e mulheres englobando a diversidade do contexto sócio cultural para sensibiliza-los em relação aos riscos e a vulnerabilidade a que estão expostos e à necessidade do uso da prevenção para o controle da patologia.

ASSUNTO(S)

hiv (virus)-virus representação social saude - profissionais enfermagem

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