Representações dos agentes de combate ao Aedes aegypti sobre a estratégia de retirada do inseticida nas ações de controle do vetor

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Epidemiologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-12

RESUMO

Estudos realizados pela Superintendência de Controle de Endemias-SUCEN sobre a suscetibilidade do Aedes aegypti a inseticidas utilizados rotineiramente no seu controle demonstraram que o principal problema identificado dizia respeito ao uso excessivo do controle químico, em detrimento da melhoria das condições de saneamento do meio e das ações educativas. Verificou-se também que este uso inadequado do inseticida, se mantido ao longo do tempo, viria a comprometer a sustentabilidade das ações anti-Aedes. A presente pesquisa pretende investigar a percepção de profissionais da Saúde das esferas estadual e municipal que atuam no controle do Aedes aegypti frente à proposta técnica da SUCEN, que, em função desses estudos, decidiu pela retirada do inseticida usado rotineiramente no controle do vetor. A investigação quali-quantitativa foi feita em 5 municípios do Estado de São Paulo, tendo sido utilizado o método do Discurso do Sujeito Coletivo. Chegou-se à conclusão de que as idéias e valores que presidiram a adoção pela SUCEN da política de retirada do inseticida do casa a casa fazem parte do imaginário dos técnicos entrevistados, estando presentes as idéias de toxidade do veneno, do prejuízo à ecologia e à saúde do funcionário, da revalorização do controle mecânico do vetor e da necessidade de reforço da atuação no plano educativo junto à população. Estão também presentes idéias que confrontam com esta política e que dizem respeito à forte crença no uso do inseticida e também a uma visão céptica da atividade educativa a ser desenvolvida junto à população.

ASSUNTO(S)

vetor da dengue inseticida educação avaliação de políticas públicas

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