REPRESENTAÇÕES DO CORPO ESTRANHO NA FICÇÃO DE ANTÔNIO CARLOS VIANA. / REPRESENTATIONS OF FOREIGN BODY IN THE FICTION OF ANTONIO CARLOS VIANA.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/07/2011

RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo central investigar as representações do corpo estranho na ficção do contista sergipano Antônio Carlos Viana nas obras O meio do mundo e outros contos (1999), Aberto está o inferno (2004) e Cine privê (2009). Essas coletâneas trazem um conjunto de seres estranhos para a família e para a sociedade patriarcal. O estranho na ficção de Viana desequilibra os rigorosos padrões de verdade absoluta e contesta a postura inoperante que leva pessoas a viverem moldadas pelas raízes de um sistema patriarcal que, embora ultrapassado, continua regulando comportamentos. Como subsídio teórico-metodológico, utilizamos reflexões dos estudos de gênero, do corpo, do duplo, da sexualidade e da monstruosidade. Partimos do conceito de corpo estranho como aquele que é familiar, não possui definições, repensa o poder e envenena os padrões estabelecidos, proposto por Zygmunt Bauman, Michel Foucault e Jacques Derrida; como aquele que contesta e desestabiliza as normas instituídas, conforme Guacira Louro, Elódia Xavier e Elizabeth Grosz e, por fim, como metáfora do mal, proposto por Luiz Nazário, Jerome Cohen e Julio Jeha. Dividimos esta dissertação em três capítulos: no primeiro, Corpos marcados, fazemos um estudo dos estranhos de gênero e analisamos os contos O amor de Isa e Nane, Maria filha de Maria da obra Cine privê e Doutora Eva de Aberto está o inferno; no segundo, Do corpo à sexualidade, repensamos o não lugar das pessoas que são discriminadas pela opção sexual e analisamos os contos Eliazar, Eliazar, de Cine privê, Os mestres, Jardins suspensos e Meu tio tão só de O meio do mundo e outros contos; no terceiro, Monstruosidade nos corpos, investigamos os contos Nadinha, Aos domingos de O meio do mundo e outros contos e Lofote e sua mãe de Aberto está o inferno. De posse desse material ficcional e a partir das contribuições teóricas, procuramos estabelecer diálogos entre os discursos literários e sociais e propor um espaço de debates em que as questões sociais possam ser validadas no irreverente espaço da estética literária.

ASSUNTO(S)

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