Representações de mulheres sobre violência contra a mulher e qualidade de vida

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/12/2011

RESUMO

O presente estudo teve como objetivos compreender as representações sociais de mulheres sobre violência contra a mulher e qualidade de vida, bem como correlacioná-las. Adotou-se como referencial teórico-metodológico a Teoria das Representações Sociais proposta por Moscovici e a Teoria do Núcleo Central elaborada por Jean-Claude Abric. Os dados foram obtidos por meio de duas etapas. Na primeira etapa, buscou-se, com base na técnica de evocação livre, apreender as representações sociais frente aos termos indutores violência contra a mulher e qualidade de vida. Na segunda, buscou-se, por meio de uma oficina, esclarecer e complementar as representações encontradas na primeira etapa. A amostra foi construída por 100 mulheres na primeira etapa e duas mulheres na segunda etapa, em um mesmo Centro de Saúde do município de Nova Lima, Minas Gerais. A descrição do perfil dessas mulheres foi analisada por meio de frequência simples; as estruturas obtidas por meio das evocações livres foram processadas pelo software Ensemble de Programmes Permettant IAnalyses des Evocations (EVOC) e analisadas pela técnica do Quadro de Quatro Casas, criado por Pierre Vergès; e as justificativas da ordem de hieraquização atribuída pelas entrevistadas às palavras evocadas em relação ao termo indutor, bem como a oficina, foram analisadas pela análise de conteúdo de Bardin. Na composição do perfil das mulheres, a maioria possuía idade entre 30 e 39 anos, eram casadas e tinham filhos. A violência contra a mulher se representa a partir do elemento desrespeito, como aquele que antecede a violência e pela agressão, forma de expressão da violência mais visível. Possíveis causas para a sua ocorrência, sentimentos vivenciados diante dela e como se desdobra no cotidiano completam essa representação. A representação de qualidade de vida é construída por elementos com marca na subjetividade e na objetividade como amor, saúde e trabalho. Ela se faz com elementos que devem estar presentes no cotidiano das pessoas, sendo explicada com base nos prejuízos que sua carência acarreta na vida. A oficina veio reforçar os resultados encontrados na primeira etapa do estudo e também aprofundá-los por meio de experiências cotidianas das mulheres. Verifica-se que existe uma relação entre a representação de violência contra a mulher e qualidade de vida, no sentido de que os elementos de qualidade de vida visam suprir as carências que fazem surgir a violência. Nessa perspectiva, faz-se necessário pensar em formas de se promover a qualidade de vida também como uma estratégia de enfrentamento da violência contra a mulher.

ASSUNTO(S)

enfermagem teses enfermagem decs violência contra a mulher decs qualidade de vida decs mulheres maltratadas decs questionários decs humanos decs dissertações acadêmicas decs

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