Representações de adolescentes do município de Santa Luzia/MG acerca da doença hepatite B, seus riscos e prevenção

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Os adolescentes, por estarem em uma fase peculiar da vida, permeada de novas experiências e descobertas, são mais vulneráveis às Infecções Sexualmente Transmissíveis IST e, dentre elas, à hepatite B. A vacina é o melhor recurso disponível para a prevenção dessa doença. Entretanto, a cobertura vacinal para essa faixa etária é baixa em Santa Luzia/MG. O objetivo deste estudo foi o de compreender as representações e atitudes relacionadas à baixa adesão à vacina contra hepatite B por adolescentes na faixa etária de 11 a 19 anos do município de Santa Luzia/MG. Para alcançar o objetivo proposto, utilizou-se a metodologia qualitativa, fundamentada na Teoria das Representações Sociais. A pesquisa foi realizada em duas escolas do município, sendo uma de ensino público e a outra de ensino privado. Foram entrevistados 23 adolescentes, sete meninos e dezesseis meninas. Os sujeitos foram contactados em seus locais de estudo, durante o horário das aulas, e convidados a participar de uma entrevista individual, composta por um questionário com questões abertas direcionadas para as representações das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e, dentre elas, a hepatite B, sobre vacinas e sobre a vacina contra hepatite B. A análise das entrevistas foi fundamentada no método de Análise Estrutural de Narração. Os resultados foram organizados em quatro categorias: 1) Conhecimentos sobre as infecções sexualmente transmissíveis; 2) Fontes de informação sobre as infecções sexualmente transmissíveis; 3) Adolescência e prevenção de IST e; 4) Vacinação e vacina contra hepatite B. A interpretação dos dados indicou que os adolescentes não possuem representações sobre a vacina hepatite B nem sobre essa infecção especificamente. Existe uma representação negativa focada na aids, como uma doença ruim e que mata, porém, as outras IST ganham uma posição secundária no que se refere à gravidade. Em alguns casos, os adolescentes possuem e também buscam informações na escola, na mídia e no convívio social sobre o assunto, mas além do conhecimento ser superficial e, muitas vezes, confuso, não há objetivação desse conhecimento para a construção das representações. A representação da vacina como um procedimento doloroso fez parte da infância, porém, hoje, os adolescentes a representam como algo benéfico, preventivo. Entretanto, a desinformação acerca das IST e da existência da vacina contra a hepatite B, aliada a ausência de práticas de saúde voltadas para esse público, favorecem a baixa cobertura vacinal contra a hepatite B e, consequentemente, a maior vulnerabilidade dos adolescentes à hepatite B. Este estudo aponta para a necessidade de implantação de um programa de educação sexual nas escolas públicas e privadas da cidade, em parceria com o setor saúde, com abordagem na esfera da sexualidade. Pode-se ainda pensar que essa poderia ser a situação de outros municípios de perfil semelhante. Programas educacionais em saúde e serviços de prevenção precisam ser desenvolvidos como uma ação efetiva antes que os adolescentes se envolvam em comportamentos de risco.

ASSUNTO(S)

fatores de risco decs brasil decs pesquisa qualitativa decs enfermagem teses doenças sexualmente transmissíveis/prevenção &controle decs questionários decs enfermagem decs feminino decs educação em saúde decs dissertações acadêmicas decs síndrome de imunodeficiência adquirida decs humanos decs comportamento do adolescente decs adolescente decs masculino decs vacinas contra hepatite b decs hepatite b/prevenção &controle decs

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