Representação Feminina em um programa de atendimento às altas habilidades/superdotação

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A construção da identidade pessoal não se efetua sob as mesmas condições para meninos e meninas. Os mundos azul e rosa compreendem incentivos diferenciados para formar atitudes e comportamentos diversos. Apresentados como categorias opostas e hierarquizadas, o feminino e o masculino encontram eco nas ciências biológicas e instituições sociais que perpetuam vários estereótipos. O entendimento dessas relações tem sido útil para compreender, desde as diferenças de trajetórias escolares entre meninos e meninas, as escolhas de carreiras diferenciadas, as interações e brincadeiras entre as crianças, até a presença majoritária de mulheres na categoria docente. O gênero feminino, em termos mundiais, ainda é fortemente discriminado, ao ponto de a igualdade de gêneros ser uma das Metas de Desenvolvimento do Milênio, destacadas pelo Relatório da UNESCO. Entretanto, principalmente no Brasil, as pesquisas pouco ou nada revelam acerca da questão de gênero e altas habilidades/superdotação. O presente trabalho objetivou investigar os fatores envolvidos na sub-representação das meninas, em um programa de atendimento às altas habilidades. Para isso, foi selecionada a área que apresentou menor representação de alunas participantes nas salas de recursos do programa. Utilizou-se uma amostra aleatória simples constituída por dezesseis profissionais, sendo oito do ensino regular, e oito das salas de recursos da área selecionada. Realizou-se, então, entrevistas semi-estruturadas, seguidas do preenchimento de um check list. Conclui-se que a indicação/encaminhamento, feita pelos profissionais do Ensino Regular, tende a ser influenciada por estereótipos. Sugere-se uma mudança nas práticas pedagógicas, visando uma adequação da porta de entrada do programa, para atender, de forma igualitária, ambos os gêneros.

ASSUNTO(S)

altas habilidades stereotypes high abilitis gender gênero ciências humanas equality igualdade giftedness superdotação estereótipos

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