Repetibilidade da produção de cachos, anomalias florais e germinação de pólen de híbridos interespecíficos entre o caiaué e o dendezeiro

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Os programas de melhoramento genético do dendezeiro têm explorado a hibridação interespecífica com o caiaué com o objetivo de obter variedades tão produtivas quanto às de dendezeiro, resistentes a pragas e doenças, em especial ao Amarelecimento-fatal (AF), melhor qualidade de óleo e reduzida taxa de crescimento vertical do estipe, características apresentadas pelo caiaué. Os híbridos obtidos até o momento, além de terem produtividade inferior ao dendezeiro, apresentam problemas relacionados a anomalias florais e viabilidade de pólen. Esse trabalho foi desenvolvido com o objetivo de estimar os coeficientes de repetibilidade para caracteres de produção de cachos dos hibridos interespecíficos, averiguar a associação entre o tipo de genitor de dendezeiro e a ocorrência de anomalias florais e a viabilidade de pólen dos híbridos. Os coeficientes de repetibilidade foram estimados pelos métodos da análise de variância (ANOVA), componentes principais com base na matriz de correlações (CPR) e de covariâncias (CPCV) e análise estrutural com base na matriz de correlações (AER). Para estudo da associação entre o tipo de genitor de dendezeiro e a ocorrência de anomalias florais foram analisados 11 cruzamentos de caiaué com dendezeiro tipo Dura (OxD), 15 de caiaué com dendezeiro do tipo Tenera (OxT) e 12 de caiaué com dendezeiro do tipo Pisífera (OxP). Foram avaliadas a emissão de inflorescências masculinas durante doze meses e a freqüência de inflorescências ginandromórficas comparadas pelo teste t. A viabilidade de pólen foi analisada empregando o delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos e cinco repetições, sendo cada repetição representada por uma inflorescência e utilizadas inflorescências de cinco diferentes plantas. Os tratamentos foram constituídos por pólen de dendezeiro, caiaué, híbridos do cruzamento de caiaué com dendezeiro Dura, caiaué com dendezeiro Pisífera e caiaué com dendezeiro Tenera, nesse último de plantas híbridas tipo Dura e Tenera. O método dos CPCV demonstrou ser o mais adequado para o estudo da repetibilidade da produção de cachos dos híbridos, indicando que quatro anos consecutivos de avaliação são suficientes para selecionar progênies, representadas por 10 plantas, com coeficientes de determinação (R2) superiores a 85% e que para seleção individual de plantas são necessários pelo menos seis anos consecutivos de avaliação para atingir R2 superior a 80%. A ocorrência média de inflorescências ginandromórficas foi de 4,83% nos cruzamentos OxD, 8,59% nos OxT e 60,42% nos OxP. A ocorrência média de inflorescências ginandromórficas nos cruzamentos OxP foi estatisticamente superior a dos cruzamentos OxD e OxT, as quais não diferiram estatisticamente entre si. Os resultados demonstram que a inflorescência ginandromórfica está direta ou indiretamente associada ao gene Pisífera conduzido pelo genitor de dendezeiro. Foi também constatado que a ocorrência de inflorescências ginandromórficas não é um fenômeno reversível e que ocorre durante todos os meses do ano. A viabilidade do pólen dos híbridos variou de 54,8% nos híbridos tipo Tenera provenientes de cruzamentos OxT a 58,29% nos híbridos tipo Dura provenientes dos cruzamentos OxD. A viabilidade de pólen do dendezeiro não diferiu estatisticamente do pólen de caiaué, mas foi estatisticamente superior a viabilidade de pólen de todos os híbridos. A viabilidade de pólen dos híbridos não diferiu entre si nem do pólen de caiaué. As taxas de germinação observadas indicaram que a germinação de pólen não é fator impeditivo para o cultivo de híbridos.

ASSUNTO(S)

germinação caiaué hibridação vegetal elaeis oleifera dendê reprodução agronomia polinização elaeis guineensis

Documentos Relacionados