Repercussões da ação vasoconstritora da ropivacaína sobre a amplitude de pulso ocular em anestesia peribulbar
AUTOR(ES)
Catia Sousa Govêia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVO A anestesia peribulbar pode reduzir o fluxo sanguíneo ocular (FSO) por elevação da pressão intra-ocular (PIO) ou por efeito farmacológico da solução administrada. A ropivacaína é um anestésico local com propriedade vasoconstritora intrínseca e baixa cardiotoxicidade. É utilizada rotineiramente em anestesia peribulbar, mas parece não haver comprovação de seu efeito vasomotor quando administrada por essa via. A determinação da amplitude de pulso ocular (APO) pelo tonômetro de contorno dinâmico é um método indireto de avaliação do FSO. O objetivo deste estudo é avaliar as alterações da APO em pacientes submetidos a anestesia peribulbar com ropivacaína a 0,75% e compará-los aos efeitos produzidos pela bupivacaína utilizada na mesma técnica anestésica. MÉTODO Quarenta pacientes, estado físico I ou II (ASA), submetidos a operações oftalmológicas foram divididos aleatoriamente em dois grupos, submetidos a anestesia peribulbar com 7 ml de solução anestésica. A monitorização e sedação para a anestesia foram semelhantes nos dois grupos. No grupo Ropivacaína (n = 20), os pacientes receberam ropivacaína a 0,75% e no grupo Bupivacaína (n=20), receberam solução de bupivacaína a 0,75%, ambas sem vasoconstritor. Foram avaliados PIO, pressão de perfusão ocular (PPO), APO, variáveis hemodinâmicas e grau de acinesia antes do bloqueio peribulbar e aos cinco e dez minutos após a punção. Para avaliação dos parâmetros oculares, foi utilizado o tonômetro de contorno dinâmico. RESULTADOS Não houve variação estatisticamente significante dos parâmetros hemodinâmicos. Ambos os grupos apresentaram intensidade de bloqueio motor semelhante. Entre os grupos, houve diferença nos valores de PIO, PPO e APO aos cinco e dez minutos após a anestesia (p <0,05). A variação da PIO aos 5 e 10 minutos seguintes ao bloqueio, em relação à medida inicial, foi de, respectivamente, -0,88% e -4,54% no grupo Ropivacaína e de 17,61% e 16,56% no grupo Bupivacaína. A alteração da PPO após 5 e 10 minutos do bloqueio foi de 1,5% e 4,2% no grupo Ropivacaína, e -7% e -6% no grupo Bupivacaína. A APO sofreu variação de -55,59% e -59,67% no grupo Ropivacaína aos 5 e 10 minutos após a anestesia, e o grupo Bupivacaína, de -34,71% e -28,82%. CONCLUSÃO Em relação à bupivacaína, a anestesia peribulbar com ropivacaína promoveu redução mais intensa da APO, apesar das pequenas alterações da PIO e PPO. A diminuição do FSO pela ropivacaína pode ser atribuída ao efeito vasoconstritor desse anestésico local.
ASSUNTO(S)
fluxo pulsátis/ efeito de drogas ciencias da saude anestésicos, locais: ropivacaína pulsatile flow/drug effects anesthesia, regional/techniques: peribulbar tonometria, ocular/ instrumentação/ métodos tonometry, ocular/ instrumentation / methods anesthetics, local: ropivacaine anestesia, regional/ técnicas: peribulbar
Documentos Relacionados
- Anestesia peribulbar com ropivacaína: estudo da ação vasoconstritora
- Bloqueio peribulbar com ropivacaína: influência da hialuronidase sobre a qualidade do bloqueio e a pressão intra-ocular
- Anestesia peribulbar com ropivacaína como alternativa ao bloqueio neuromuscular para facectomia em cães
- Comparação da eficácia da ropivacaína 1% quando associada ou não à hialuronidase na anestesia peribulbar para cirurgia de catarata
- Análise comparativa da amplitude do pulso ocular e pressão de perfusão ocular em glaucomatosos, hipertensos oculares e indivíduos normais