Repensando o papel do professor como agente transformador: parresía, cuidado de si e ética na formação de professores

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FONTE

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-04

RESUMO

Resumo O objetivo deste artigo é propor uma breve análise do conceito de parresía nos últimos cursos de Michel Foucault no Collège de France para pensar o papel do professor e sua formação na atualidade. Seguindo o argumento de Foucault, analisa-se o conceito de parresía em contraste com o conceito de confissão como operadores na constituição do sujeito ético em dois distintos modos de subjetivação: nas escolas filosóficas da Antiguidade greco-romana e no dispositivo pastoral cristão. Nas escolas filosóficas helenísticas, a figura do mestre é central na formação do sujeito ético, como aquele que permite e promove a autonomia do discípulo. Na prática cristã de condução, em contrapartida, o objetivo é a mortificação da vontade e a subordinação perpétua a um guia de conduta. Essa análise permite compreender como as instituições e as práticas educacionais modernas e contemporâneas se ancoram ainda na hermenêutica de si cristã, que é correlativa a formas pastorais de condução e governo dos indivíduos. Para uma melhor compreensão da questão, recorre-se à distinção, estabelecida por Jacques Rancière, entre o professor como mestre emancipador e como cidadão. Considera-se também o problema do “desaparecimento” do professor nos discursos e nas práticas da “aprendizagem”, seguindo a análise de Gert Biesta. Por fim, são avaliadas algumas implicações da análise de Foucault para repensar os dilemas da teorização educacional crítica hoje e o papel do professor como intelectual específico na transformação das práticas educativas.

ASSUNTO(S)

foucault parresía subjetividade intelectual formação de professores

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