RELATO DE MÃES SOBRE O DIÃLOGO ACERCA DA SAÃDE SEXUAL E REPRODUTIVA COM SUAS FILHAS ADOLESCENTES / REPORT ON DIALOGUE OF MOTHERS ABOUT SEXUAL AND REPRODUCTIVE HEALTH WITH THEIR ADOLESCENT DAUGHTERS

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/12/2008

RESUMO

IntroduÃÃo: A saÃde sexual e reprodutiva à fundamental na formaÃÃo de um adulto saudÃvel e, nesta trajetÃria, a famÃlia deve promover a comunicaÃÃo/diÃlogo entre seus integrantes sobre essa temÃtica; no entanto a responsabilidade à concentrada na mÃe que, somada Ãs especificidades do ciclo vital, pode desenvolver processos comunicativos fortalecidos ou conturbados. AlÃm das vulnerabilidades sociais vivenciadas pelas mulheres, as estatÃsticas na Ãrea da saÃde evidenciam a crescente feminizaÃÃo do HIV/aids e aumento dos casos de gravidez precoce, sobretudo nas mulheres mais pobres, jovens e com menor acesso a medidas assistenciais e de PromoÃÃo à SaÃde. A ambigÃidade das mÃes quanto ao seu papel na orientaÃÃo dos filhos, aliada Ãs caracterÃsticas da adolescÃncia, pode dificultar a comunicaÃÃo efetiva sobre sexo, sexualidade e contracepÃÃo. Objetivo: conhecer, com base na vivÃncia com mÃes de adolescentes, suas opiniÃes e experiÃncias acerca de temas ligados a sexo, sexualidade e reproduÃÃo, dialogados entre mÃes e filhas no contexto familiar. Metodologia: Estudo qualitativo, fundamentado na Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado, de autoria de Madeleine Leininger. Realizou-se o estudo com um grupo de sete mulheres, moradoras do Bairro Pirambu em Fortaleza-CE. A populaÃÃo foi definida por mÃes com filhas adolescentes; integrantes da ONG ACARTES. A coleta de informaÃÃes seguiu o Modelo O-P-R (ObservaÃÃo-ParticipaÃÃo-ReflexÃo) proposto por Leininger, entrevista semi-estruturada e encontros com o grupo, abordando as fases de desenvolvimento das filhas: nascimento, infÃncia, puberdade e adolescÃncia. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comità de Ãtica em Pesquisa da Universidade Federal do Cearà âUFC, sob protocolo n 17/08. Resultados: A faixa etÃria das mÃes variou entre 30 e 46 anos. Ao observar o contexto situacional das informantes, percebe-se que as questÃes ligadas aos fatores sociais e culturais contribuem para a visÃo da sexualidade que as mulheres possuem e dificultam o diÃlogo com suas filhas. Quando recordam as experiÃncias das mÃes na puberdade e adolescÃncia, sentimentos como medo e vergonha sÃo relatados. Sobre a argumentaÃÃo com suas filhas, utilizam o tema gravidez, relacionando a futuras barreiras no desenvolvimento social e profissional destas. Em relaÃÃo Ãs DST, essas sÃo pouco discutidas como argumento de prevenÃÃo, e apontadas numa perspectiva de risco à vida, porÃm nÃo esclarecendo muito sobre sinais e sintomas, o que dificulta a visÃo dos adolescentes ante a questÃo preventiva. A TV à vista como espaÃo que propicia a argumentaÃÃo e negociaÃÃo. Nas falas, percebe-se a reproduÃÃo das relaÃÃes de gÃnero: para trÃs informantes, as filhas irÃo aprender sobre sexo e sexualidade quando tiverem um companheiro, principalmente por meio do matrimÃnio. Dentre os discursos, a questÃo religiosa foi citada como um meio de influenciar no modo de viver a sexualidade e retardar o inicio da vida sexual. Outro fator à relativo à falta de motivaÃÃo da famÃlia ou da comunidade. ConclusÃo: Assim, a intervenÃÃo da enfermeira como integrante da equipe de saÃde da famÃlia pode contribuir para a melhoria da auto-estima e percepÃÃo do mundo de mulheres; ou seja, mediante a sistematizaÃÃo de um cuidado sensÃvel Ãs reais necessidades de mÃes e filhas, pode-se fomentar estratÃgias que contribuam para o âempoderamentoâ, incentivando as mulheres a um maior grau de autonomia e poder de decisÃo perante as questÃes sexuais e reprodutivas. Mesmo que muitas vezes todas as vulnerabilidades nÃo possam ser de todo eliminadas e as necessidades superadas na comunidade, as participantes reconhecem a necessidade de aprimorar ou iniciar o diÃlogo junto Ãs filhas adolescentes. Esse sentimento à importante, visto que o reconhecimento e a compreensÃo sobre o contexto no qual estÃo inseridas podem nortear e dar mais resolubilidade Ãs aÃÃes de promoÃÃo à saÃde neste contexto

ASSUNTO(S)

enfermagem saÃde sexual e reprodutiva saÃde da mulher relaÃÃes familiares adolescente enfermagem em saÃde comunitÃria sexual and reproductive health family relations adolescent community health nursing

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