Relato de caso: otoliquorreia espontânea em adulto
AUTOR(ES)
Rossi, Amanda Costa, Bertoncello, Juliana Martins de Araujo Cardoso, Scachetti, Luiz Carlos, Schäffer, Carolina, Catanoce, Aguinaldo Pereira, Marone, Silvio Antonio Monteiro
FONTE
Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-12
RESUMO
INTRODUÇÃO: As fístulas liquóricas otológicas espontâneas (FLOEs) são entidades raras. Geralmente manifestam-se em crianças com meningite e perda sensorioneural profunda e em adultos com quadro de otite média com efusão. OBJETIVO: Descrever o quadro clínico, o diagnóstico e o tratamento cirúrgico de uma paciente com FLOE. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 57 anos, com história de hipoacusia, plenitude aural e tinnitus à direita há 10 anos. Após colocação de tubo de ventilação à direita em outro serviço, iniciou otorreia líquida, transparente e constante em grande quantidade. O diagnóstico foi realizado através da cisternocintilografia, sugestiva de fístula liquórica; e da isternotomografia que mostrou área de deiscência óssea em região de tegmen tympani à direita, velamento parcial de células mastóideas e de orelha média à direita, além concentração do meio de contraste no espaço sub-aracnoídeo à direita menor em relação ao lado esquerdo. Através de via transmastoídea foi localizada fístula liquórica e meningoencefalocele na região de tegmen tympani à direita. O fechamento da fístula foi realizado através do uso de retalho de músculo temporal, cola de fibrina e Surgicel®. COMENTÁRIOS FINAIS: Em adultos com história clínica sugestiva de otite média com efusão recorrente, a hipótese diagnóstica de fístula liquórica deve ser levantada. A investigação deve prosseguir com exames de imagem, destacando-se a cisternotomografia. O tratamento cirúrgico nesta paciente, através da técnica transmastoídea, se revelou eficaz a curto e a longo prazo.
ASSUNTO(S)
otorreia de líquido cefalorraquidiano fistula meningite