Relações entre o trabalho e a saúde das professoras de escolas públicas do município de João Pessoa- PB

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2011

RESUMO

Este estudo analisa as relações entre o trabalho e a saúde das professoras da primeira fase do ensino fundamental da rede pública do município de João Pessoa - PB. Para tanto, toma como referências teóricas principais a concepção de saúde proposta por Canguilhem, a Ergonomia da Atividade, a Psicodinâmica do Trabalho e a literatura relativa às relações sociais de gênero e divisão sexual do trabalho. Do ponto de vista metodológico, utilizamos três passos distintos e complementares: i) levantamento de livros e periódicos que abordam a temática em questão; ii) levantamento, na Junta Médica do município, do perfil de patologias que acometeram os professores no ano de 2009 e; iii) encontros sobre o trabalho com as professoras das escolas participantes da pesquisa. Os resultados do levantamento epidemiológico demonstraram que, no ano de 2009, 398 docentes solicitaram licenças médicas, sendo 359 do sexo feminino e 39 do sexo masculino, perfazendo um total de 676 pedidos de afastamentos do trabalho. As patologias mais freqüentes foram as doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (21,8%) e os transtornos mentais e comportamentais (14,2%). Após o levantamento de dados acerca do contexto educacional do município, realizamos também observações da atividade de trabalho e encontros sobre o trabalho por intermédio da constituição de Comunidades Ampliadas de Pesquisa (CAPs), que contou com 24 docentes do sexo feminino, provenientes de 03 (três) escolas públicas municipais. A partir das observações da atividade de trabalho e dos encontros das CAPs, percebemos que as professoras elaboram regulações no curso da atividade diante da tarefa prescrita e assim contribuem para preservar a sua saúde. Percebemos ainda que as vivências de sofrimento e os processos de adoecimentos (que são subnotificados) estão ligados às formas de organização e condições de trabalho, mais especificamente, aos baixos salários, à sobrecarga de trabalho e à desvalorização social da sua contribuição como docente. Contudo, vimos que o prazer extraído do reconhecimento dos alunos e dos seus colegas de trabalho contribui para a saúde das professoras, evitando o incremento das patologias, além de dar sentido ao trabalho realizado.

ASSUNTO(S)

psicologia social psicologia do trabalho e organizacional relações de gênero trabalho docente saúde do trabalhador psicologia social occupational health gender relations work and organizational psychology social psychology

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