Relação entre indicadores de sarcopenia, nível de atividade física, funcionalidade e fragilidade em idosos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/02/2012

RESUMO

Introdução: a fragilidade e a sarcopenia são síndromes altamente prevalentes em idosos e geralmente se sobrepõem. São escassos no entanto, estudos que utilizem medidas indiretas de sarcopenia demonstrando sua associação com a fragilidade, nem quais são suas implicações na funcionalidade e no nível de atividade física dos indivíduos idosos. Objetivos: avaliar as relações entre os indicadores indiretos de sarcopenia, fragilidade e inatividade e suas implicações funcionais. Métodos: estudo transversal com uma amostra de 53 idosos (65 anos) recrutados através de busca ativa em um serviço de saúde secundário (Instituto Jenny Faria de Atenção à Saúde do Idoso e da Mulher). Para avaliação da sarcopenia foram usados cinco indicadores indiretos: Índice de Massa Corporal (IMC), estado nutricional (Mini Avaliação Nutricional versão curta), velocidade de marcha em um percurso de seis metros, nível de atividade física (Perfil de Atividade Humana) e força de preensão palmar (dinamômetro JAMAR). A fragilidade foi caracterizada pelo fenótipo de Fried, também composto por cinco itens: perda de peso não intencional, baixo nível de atividade física, exaustão, fraqueza de preensão palmar e lentidão na marcha. O nível de funcionalidade foi avaliado pela Short Physical Performance Battery e o nível de atividade física pelo Perfil de Atividade Humana. Resultados: dos 53 participantes do estudo, 75% foram mulheres com média de idade de 76,72 anos (±5,89). Com relação à fragilidade 30,2% dos indivíduos foram caracterizados como não-frágeis, 54,7% pré-frágeis e 15,1% frágeis. Dos indicadores indiretos de sarcopenia o Nível de Atividade Física (41,5%) e a Velocidade de Marcha (39,6%) foram os itens mais prevalentes. O nível de atividade física apresentou diferença entre os grupos de fragilidade (p0,001), exceto entre os pré-frágeis e frágeis e correlacionou-se (p=0,004; r= 0,394) ao escore total do teste funcional. No modelo de regressão este item explicou sozinho 54,5% (R=0,545) no aumento dos itens positivos para a fragilidade. A velocidade de marcha apresentou diferenças entre os grupos de fragilidade, mas apenas entre os não-frágeis e frágeis, sendo que esta também correlacionou-se ao teste funcional (p=0,000; r= - 0,525) e à escala de rastreio de depressão (p=0,003; r=0,397). A força de preensão palmar foi o único indicador de sarcopenia que demonstrou diferença entre os grupos de caidores e não caidores e o estado nutricional demonstrou correlação com o escore total do teste funcional (p=0,000; r= -0,88). Conclusões: este estudo ratificou a existência da associação entre a fragilidade e a sarcopenia e mostrou que a inatividade física e a velocidade de marcha podem ser fatores importantes para rastreio da síndrome, visando a prevenção ou atenuação dos seus efeitos deletérios, especialmente no perfil funcional dos idosos. O mesmo ainda desperta a atenção para a importância dos desfechos psicológicos (sintomas depressivos) interferindo no bem-estar físico do idoso.

ASSUNTO(S)

medicina de reabilitação teses.

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