Registros de movimentos do pescoço: estado da arte, validação e aplicação e avaliação durante o trabalho de técnicos de enfermagem

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/06/2011

RESUMO

A dor no pescoço tem sido altamente prevalece entre trabalhadores. Em ambiente ocupacional, fatores de risco físico, particularmente a postura, são considerados preponderantes no desenvolvimento de dor no pescoço. Contudo, as posturas e os movimentos dessa região não têm sido adequadamente avaliados no ambiente de trabalho, devido ao uso de métodos de medida não confiáveis. Além disso, a maioria dos estudos que avaliam a postura durante as atividades ocupacionais tem focado na avaliação do punho e da mão. Assim, para contribuir com o entendimento do registro dos movimentos do pescoço em ambiente de trabalho, três estudos foram desenvolvidos. O objetivo do primeiro estudo foi investigar as aplicações e limitações dos sistemas de medidas diretas para registro do movimento do pescoço em ambiente de trabalho. Os resultados desse estudo revelaram que na maioria dos artigos, os três eixos de movimento do pescoço não foram registrados simultaneamente. Deficiências nos equipamentos disponíveis explicam esta falha, demonstrando que os sensores e os sistemas precisam ser melhorados para que um entendimento da real exposição ocupacional do pescoço possa ser alcançado. Mais estudos também são necessários para avaliar os movimentos do pescoço em profissionais que realizam trabalho pesado, tais como enfermeiros e eletricistas, já que nenhum artigo avaliando essas ocupações foi identificado. Baseado nesses resultados, uma alternativa para o registro tridimensional dos movimentos do pescoço em ambiente ocupacional seria o uso de eletrogoniômetros flexíveis. Mas nem os eletrogoniômetros, nem os inclinômetros (medida direta mais comumente usada) foram comparados com um sistema considerado mais preciso e confiável. Assim, o objetivo do segundo estudo foi avaliar a validade concorrente entre eletrogoniômetros flexíveis (EGM), inclinômetros (INC) e um sistema de análise tridimensional baseado em registro de vídeo (IMG) numa coleta de dados simultânea e sincronizada. O EGM apresentou grandes diferenças quando comparado com o INC e com a IMG. Além disso, os sensores do EGM restringiram fisicamente a amplitude de movimento completa de flexo‐extensão do pescoço. Inclinômetros, os quais não podem registrar o movimento de rotação, apresentaram boa validade concorrente em relação à IMG, exceto para o movimento de flexo‐extensão. Devido a condições não‐ótimas durante o movimento de fluxo‐extensão, a IMG subestimou esses movimentos. Os resultados dos estudos descritos acima delinearam o terceiro estudo cujo objetivo foi quantificar as posturas da cabeça, tronco superior e braços de técnicos de enfermagem durante a realização de suas atividades ocupacionais e verificar se há diferenças entre as posturas dos profissionais com e sem sintomas. Os resultados mostraram que a maioria das atividades dos técnicos de enfermagem envolve considerável risco postural para a cabeça, tronco superior e braços. O risco postural variou entre as atividades: houve maior exposição para a região do pescoço nas tarefas de separar medicação e anotar em prontuário médico. Em geral, os trabalhadores com sintomas no pescoço e ombro apresentaram maior amplitude de movimento e maior fração do tempo gasto em posturas extremas do que os trabalhadores assintomáticos, mas sem diferença significativa entre esses dois grupos.

ASSUNTO(S)

fisioterapia e terapia ocupacional fisioterapia mensuração do movimento ambiente de trabalho dor no pescoço validade concorrente revisão sistemática movement recording workplace neck pain concurrent validity systematic review practical nurses

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