Registro Multicêntrico de Takotsubo (REMUTA) – Aspectos Clínicos, Desfechos Intra-Hospitalares e Mortalidade a Longo Prazo
AUTOR(ES)
Almeida Junior, Gustavo Luiz Gouvêa de; Mansur Filho, João; Albuquerque, Denilson Campos de; Xavier, Sergio Salles; Pontes, Álvaro; Gouvêa, Elias Pimentel; Martins, Alexandre Bahia Barreiras; Nunes, Nágela S. V.; Carestiato, Lilian Vieira; Petriz, João Luiz Fernandes; Santos, Armando Márcio Gonçalves; Bandeira, Bruno Santana; Abufaiad, Bárbara Elaine de Jesus; Pacheco, Luciana da Camara; Oliveira, Maurício Sales de; Ribeiro Filho, Paulo Eduardo Campana; Sampaio, Pedro Paulo Nogueres; Duque, Gustavo Salgado; Camillis, Luiz Felipe; Marques, André Casarsa; Lourenço Jr, Francisco Carlos; Palazzo, José Ricardo; Costa, Cláudio Ramos da; Silva, Bibiana Almeida da; Zukowski, Cleverson Neves; Garcia, Romulo Ribeiro; Zonis, Fernanda de Carvalho; Paula, Suzana Andressa Morais de; Ferrari, Carolina Gravano Ferraz; Rangel, Bruno Soares da Silva; Ferreira, Roberto Muniz; Mendes, Bárbara Ferreira da Silva; Castro, Isabela Ribeiro Carvalho de; Souza, Leonardo Giglio Gonçalves de; Araújo, Luiz Henrique dos Santos; Giani, Alexandre
FONTE
Arq. Bras. Cardiol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-08
RESUMO
Resumo Fundamento A síndrome de takotsubo (takotsubo) é uma forma de cardiomiopatia adquirida. Dados nacionais sobre essa condição são escassos. O Registro REMUTA é o primeiro a incluir dados multicêntricos dessa condição no nosso país. Objetivo Descrever as características clínicas, prognóstico, tratamento intra-hospitalar e mortalidade hospitalar e em 1 ano de seguimento. Métodos Estudo observacional, retrospectivo, tipo registro. Incluídos pacientes internados com diagnóstico de takotsubo ou que desenvolveram esta condição durante internação por outra causa. Os desfechos avaliados incluíram fator desencadeador, análise dos exames, uso de medicações, complicações e óbito intra-hospitalar e em 1 ano de seguimento. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados Foram incluídos 169 pacientes, em 12 centros no Estado do Rio de Janeiro. A idade média foi de 70,9 ± 14,1 anos e 90,5% eram do sexo feminino; 63% dos casos foram de takotsubo primário e 37% secundário. Troponina I foi positiva em 92,5% dos pacientes e a mediana de BNP foi de 395 (176,5; 1725). Supradesnivelamento do segmento ST esteve presente em 28% dos pacientes. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo teve mediana de 40 (35; 48)%. Observamos taxa de 25,7% de ventilação mecânica invasiva e 17,4% de choque. Suporte circulatório mecânico foi utilizado em 7,7%. A mortalidade intra-hospitalar foi de 10,6% e a mortalidade ao final de 1 ano foi de 16,5%. Takotsubo secundário e choque cardiogênico foram preditores independentes de mortalidade. Conclusão Os resultados do REMUTA mostram que takotsubo não se trata de patologia benigna como se pensava, especialmente no grupo de takotsubo secundário que acarreta elevada taxa de complicações e de mortalidade. (Arq Bras Cardiol. 2020; 115(2):207-216)
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