Regeneração natural de florestas secas : implicações para a restauração / Natural regeneration of tropical dry forests : restoration implications

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A ecologia da restauração é prioridade de pesquisa para florestas secas, pois praticamente toda a sua cobertura foi convertida em áreas agrícolas. Porém, até este momento a literatura sobre a regeneração natural e restauração de florestas secas é escassa, comparada às florestas úmidas. A literatura existente mostra que os mecanismos de regeneração natural e os fatores limitantes de florestas secas são peculiares, portanto eles devem ser considerados nos planos de restauração, ao invés de simplesmente utilizar a informação gerada para florestas úmidas. A dispersão de sementes pelo vento durante a época seca, a dormência e quiescência das sementes e a alta capacidade de rebrota, características das comunidades de árvores; a limitação de água na época seca e chuvosa e a relativamente alta disponibilidade de luz no sub-bosque, fatores ambientais; são aspectos relevantes à regeneração de florestas secas (capítulo 1). A irregularidade das primeiras chuvas no início da estação chuvosa pode reduzir a germinação e a sobrevivência de plântulas recém germinadas para algumas espécies de árvores, enquanto outras têm alguma dormência para evitar a germinação precoce e não sofrer os riscos de germinar imediatamente após as primeiras chuvas. O sombreamento pode reduzir os efeitos da dessecação nesta época, embora reduza também o crescimento de plântulas. A estratégia de semeadura direta para a restauração pode ser feita quando as chuvas já estão regulares, aumentando a probabilidade de sobrevivência de algumas espécies (capítulo 2). Embora clareiras sejam um importante nicho de regeneração para árvores de dossel de florestas por causa da maior disponibilidade de luz, em florestas secas a dessecação de plântulas em grandes clareiras é um fator importante. O sombreamento no sub-bosque não é tão limitante à sobrevivência porque o dossel é mais aberto que em florestas úmidas, fazendo com que clareiras e sub-bosque não sejam tão discrepantes para a regeneração de árvores. De fato, algum sombreamento é melhor para a regeneração de árvores de dossel (capítulo 3). Enquanto o estabelecimento inicial de árvores de florestas secas é bastante limitado, a rebrota, após injúria, é importante para a sobrevivência de indivíduos estabelecidos. A alta capacidade de rebrota das espécies faz com que elas persistam em áreas extremamente alteradas. Em pastagens ativas de até 25 anos, a riqueza de espécies de árvores ainda rebrotando por raízes é um pouco menor que em fragmentos de floresta não explorada. Aparentemente, as espécies com baixa densidade de madeira são as que não persistem rebrotando, provavelmente pela maior susceptibilidade à decomposição quando cortadas ou danificadas. A estaquia de caule e raiz coletadas em áreas em processo de desmatamento pode ser uma boa alternativa para a restauração (capítulo 4).

ASSUNTO(S)

ecologia cerrado resprout restoration logging recursos florestais cerrados seedling deciduous seasonal forest tropical dry forest tree gap florestas

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