Reformas institucionais e financiamento de longo prazo na economia brasileira : discussões político-econômicas sobre o PAEG / Institutional reforms and long term funding in the brazilian economy : political and economical discussions about the P.G.E.A. (Project of Government Econoic Action)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/09/2011

RESUMO

O intento desta dissertação é avaliar a tentativa de conformação de uma base de financiamento de longo prazo privada e nacional para a economia brasileira após o Golpe Militar de 1964. A idéia, portanto, é examinar a elaboração e a implementação do projeto dos bancos de investimentos, uma vez que estas instituições apresentavam como objetivo o fornecimento de empréstimos de prazos dilatados para o setor produtivo. A evidência empírica revela a incapacidade das reformas do governo Castello Branco no tocante à expansão do financiamento de longo prazo doméstico privado. Os bancos de investimentos não se tornaram ofertantes de fundos de longo prazo, mas sim de capital de giro, atuando de forma semelhante às demais instituições financeiras nacionais. Esta dissertação pretende estudar as causas deste resultado. Conclui-se que a dinamização dos financiamentos privados de longo prazo não representava um interesse econômico prioritário para os grupos privados nacionais. Nas décadas de 60 e 70, a atratividade/lucratividade das operações financeiras de curto prazo à disposição do sistema bancário tendeu a reforçar a aversão histórica dos bancos nacionais aos riscos inflacionários associados às aplicações financeiras de prazo dilatado. No tocante ao setor produtivo, a vigência de alguns traços estruturais do desenvolvimento capitalista brasileiro, tais como a baixa propensão das empresas privadas ao uso de recursos de terceiros para financiar o investimento, consolidou dentre os setores industriais a seguinte percepção: a elaboração de mecanismos para o financiamento do capital fixo não representava um elemento essencial. Nesta visão, seria muito mais importante a dinamização das fontes de financiamento de capital de giro, garantindo a total ocupação da capacidade industrial existente na economia. Na arena política, o interesse dos banqueiros pela redução do prazo das operações financeiras encontrou correspondência nas reivindicações dos setores produtivos pela ampliação das fontes de crédito de capital de giro e ambas as pressões se reforçaram mutuamente. As demandas particulares dos banqueiros convergiram, sobretudo, para o Conselho Monetário Nacional. Já os setores industriais encontraram na locução ao presidente Castello Branco um mecanismo eficaz para a materialização dos seus interesses. O governo atendeu as reivindicações dos grupos privados; os bancos de investimentos foram deslocados para o mercado creditício de médio prazo destinado ao financiamento do capital de giro das empresas. Desta forma, o projeto governamental referente à dinamização do crédito privado de longo prazo foi abortado durante a fase de implementação das reformas financeiras do governo Castello Branco

ASSUNTO(S)

bancos de investimento - brasil emprestimo bancario - brasil reforma econômica grupo de interesse economico project of government economic action (pgea) investment banks bank loans economic reform economic interest groupings

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