Reflexão teológica da descida de Cristo à mansão dos mortos: origens e desdobramentos de um artigo da fé

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A afirmação da descida de Cristo à morada dos mortos (ou aos infernos) tem sido alvo de muitas interpretações teológicas desde o séc II. Formulada num contexto bíblico, onde expressões como Sheol, Hades eram usais, refere-se ao tempo transcorrido entre a morte e ressurreição de Jesus, às atividades ele teria realizado nesse período e ao significado salvífico dessas atividades. O tema foi abundantemente discutido pelos Padres e suas grandes linhas de interpretação soteriológica, a pregação aos mortos e a vitória sobre os poderes infernais, estão presente em todos os gêneros de literatura e arte cristãs da época. Relativamente cedo alguns Padres relacionaram a afirmação da descida aos infernos aos enigmáticos versículos da Primeira Carta de Pedro 3,18-22, associação não de todo evidente, que tornou o tema ainda mais complexo. A tentativa de interpretação dos mesmos versículos relacionando-os ao Livro apócrifo de Henoc, feita no início do século XX, parece ter aumentado ainda mais essa dificuldade. O tema da descida aos infernos esteve também presente na teologia medieval e moderna, períodos em que foi estabelecida, o que podemos chamar, sua interpretação tradicional católica. O tema persiste na reflexão teológica contemporânea, a qual, além de retomar as interpretações clássicas (como a vitória sobre a morte e poderes infernais), desenvolveu interpretações que privilegiam aspectos que não haviam sido suficientemente abordados pelos antigos, como a solidariedade de Cristo com os pecadores. Nosso trabalho pretende mostrar que, cerca de mil e duzentos anos após sua incorporação ao Símbolo Apostólico, o artigo que afirma a descida de Cristo à mansão dos mortos continua mantendo sua relevância para a teologia e a práxis cristã do séc. XXI

ASSUNTO(S)

teologia sheol anúncio pregação solidariedade infernos announce preaching solidarity hells

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