Redes sociais e funcionalidade em pessoas idosas: evidências do estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE)

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. epidemiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

04/02/2019

RESUMO

RESUMO: Introdução: Possuir redes sociais ativas parece influenciar positivamente o desempenho funcional de idosos. Objetivo: Verificar a associação entre as características das redes sociais de idosos e o surgimento de comprometimento funcional. Métodos: Estudo longitudinal de base populacional que utilizou as coortesde2006 (n = 1.413) e 2010 (n = 990) do Estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE). Para caracterização das redes sociais utilizou-se as seguintes variáveis: número de integrantes da rede; arranjo domiciliar; sexo e idade dos integrantes; co-residência com criança ou apenas com idosos; satisfação com a relação; recebimento e oferecimento de apoio social (financeiro, material, emocional, realização de tarefas dentro e fora de casa, companhia e cuidados pessoais). Utilizou-se regressão logística para a análise dos dados. Todos os cuidados éticos foram observados. Resultados: As redes sociais dos idosos possuem, em média, 8,15 integrantes e são constituídas predominantemente por familiares com idade entre 15 e 59 anos. Idosos dependentes recebem mais apoio material, para realização de tarefas domésticas, fora de casa e cuidados pessoais, enquanto os idosos independentes recebem mais apoio emocional e companhia. Oferecer apoio social (OR = 0,32; IC95% 0,14-0,71) diminuiu as chances de desenvolver dependência, independente de condições sociodemográficas e de saúde. Conclusão: Deve-se estimular o fortalecimento das redes sociais na velhice, uma vez que a confiança no cuidado informal, oferecido, principalmente pelas famílias, pode não ser a melhor opção para lidar com a demanda de cuidado crescente que acompanha o envelhecimento da população brasileira.ABSTRACT: Introduction: Possessing active social networks seems to positively influence the functional performance of elderly people. Objective: To verify the association between the characteristics of social networks of the elderly people and the emergence of functional impairment. Methods: This is a longitudinal population-based study, which used the 2006 (n = 1,413) and 2010 (n = 990) cohorts of the Health, Well-Being, and Aging (SABE) Study. To characterize the social networks, the following variables were used: number of members in the network; living arrangements; sex and age of the members; coresidence with children or only elderly individuals; satisfaction with the relationships; and receiving and offering social support (financial, material, emotional, performing tasks inside and outside the home, providing companionship, and personal care). Logistic regression was used to analyze the data. All ethical guidelines were followed. Results: The social networks of the elderly people had an average of 8.15 members and consisted predominantly of family members aged between 15 and 59 years. Dependent elderly people received more material support, help in performing household tasks and those outside the home, and personal care, while the independent elderly people received more emotional support and companionship. Provision of social support (OR = 0.32, 95%CI 0.14 - 0.71) decreased the chances of developing dependency, independent of sociodemographic and health conditions. Conclusion: The strengthening of social networks in old age should be encouraged since confidence in informal care offered, mainly by families, may not be the best option for dealing with the growing demand for care that accompanies the aging of the population.

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