REDE DE TEXTOS E IMAGENS E METAMORFOSES VISUAIS

AUTOR(ES)
FONTE

Educ. Soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2018-01

RESUMO

RESUMO: O propósito [deste artigo] é procurar uma rede de imagens longínquas que estariam no espírito visual da pintura do conhecido mestre Ataíde - Manoel da Costa Ataíde -, que, entre 1800 e 1809, pintou a nave central da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, cujo tema condutor é a Assunção da Virgem. Estou falando de Memórias Longínquas, aquelas imagens que talvez Ataíde nunca tenha visto, e texto que nunca tenha lido, mas que pulsam nessa pintura numa variedade de origens literárias e visuais europeias da Idade Média até nossos dias. Um aglomerado assincrônico que podemos ver com os olhos de hoje, ao tomarmos a sua pintura como um vórtice visual e temporal. A pintura de Ataíde servirá para nos mostrar algumas das formas políticas e visuais que persistem hoje numa parte da cultura comum, tanto na cultura popular, quanto na cultura acadêmica. Ataíde, tanto quanto outros pintores de sua época, em diversos países, praticavam sua arte sob um conjunto de regras para a invenção e produção de imagens, que é ao mesmo tempo um conjunto de regras morais e religiosas, uma espécie de lei do bom senso, do senso estético daquilo que são as imagens comuns, populares. Não nos interessa aqui se Ataíde foi um bom ou mau pintor, ou compará-lo a grandes pintores da sua época. Ele não excede em brilho técnico nem em qualidade de invenção. É um pintor médio, talvez medíocre, que pintou o possível em suas condições materiais e culturais. Sem grandes informações culturais, foi representativo da média cultural de seu tempo.

ASSUNTO(S)

imagem memória moral e religião manoel da costa ataíde

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