"Recursos humanos de enfermagem na rede hospitalar do município de Uberaba-Minas Gerais" / "Nursing staff in the hospitals network of Uberaba-Minas Gerais"

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A área de enfermagem tem vivenciado algumas problemáticas relativas a recursos humanos, entre elas: escassez de enfermeiros, insatisfação no trabalho e alta rotatividade nos serviços.Este estudo descritivo teve como objetivos: descrever a distribuição das diferentes categorias de trabalhadores de enfermagem segundo variáveis demográficas e de inserção no emprego na rede hospitalar do município de Uberaba-Minas Gerais; mensurar e descrever a rotatividade desses trabalhadores. O estudo foi realizado em 11 hospitais, sendo um público, seis privados e quatro filantrópicos. A população constituiu-se de todos os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2003, antiveram vínculo empregatício nos hospitais estudados. As variáveis demográficas estudadas foram: sexo e idade; aquelas de inserção no emprego: regime de contrato, jornada semanal, tempo de trabalho e rendimento médio. A rotatividade foi verificada aplicando-se indicadores globais: taxas de admissão (TA) e de desligamento (TD), taxa líquida de substituição (TLS), permanência média no emprego (em anos); e específicos: tempo mediano de trabalho dos demitentes (em meses) e curva de sobrevivência no emprego. Os dados foram coletados mês a mês, em fontes secundárias originárias do cadastro de empregados e folha de pagamento. Durante o ano de 2003 estiveram empregados na rede hospitalar 1.368 trabalhadores de enfermagem, sendo 805 auxiliares de enfermagem, 417 técnicos de enfermagem e 146 enfermeiros. Essa força de trabalho era composta, majoritariamente, por mulheres (81,8%), com idade mediana de 38 anos, a maioria cumprindo jornada de trabalho semanal de 36 horas, sob contrato celetista. Nos hospitais privados e filantrópicos os trabalhadores eram mais jovens que no público; 70% dos técnicos de enfermagem, 60% dos auxiliares de enfermagem e 50% dos enfermeiros tinham menos de cinco anos no emprego atual. Os enfermeiros apresentaram média de rendimentos de 5|-10 SM e os técnicos e auxiliares de enfermagem, de 2|-5 SM. Nos hospitais estudados ocorreram 327 admissões e 276 demissões. As taxas de admissão dos trabalhadores (31%) foram superiores às de desligamento (26,1%). Os hospitais privados apresentam as maiores TA (44,3%) e TD (42,1%). A TLS dos trabalhadores foi de 24,3%. O maior nível de TLS situou-se nos hospitais privados (30,7%). O quadro de trabalhadores da rede hospitalar seria totalmente renovado em 3,6 anos; nos hospitais privados, isso ocorreria em 2,4 anos enquanto no público, em 5,3 anos. Todos os enfermeiros seriam substituídos em 4,7 anos e os técnicos e auxiliares de enfermagem em, aproximadamente, 3,5 anos. A mediana de tempo de trabalho dos 276 trabalhadores que saíram do emprego foi de 19 meses; para os demitentes do hospital público, esse tempo foi de 37 meses; nos hospitais privados, de 13 meses, cerca de um ano; pelas curvas de sobrevivência no emprego dos demitentes, identificou-se maior estabilidade e, por conseqüência, menor rotatividade para o grupo de trabalhadores do hospital público. De modo geral, a rotatividade nos hospitais estudados pode ser considerada elevada. Os resultados do estudo trazem contribuições importantes, tanto à direção dos hospitais e serviços de enfermagem, como ao gestor local com vistas ao gerenciamento de recursos humanos em enfermagem no município.

ASSUNTO(S)

employment emprego hospital nursing staff recursos humanos de enfermagem no hospital

Documentos Relacionados