Recuperação da agregação de um solo construído em área de mineração de carvão no sul do Brasil com o uso de gramíneas perenes

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ciênc. Solo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-02

RESUMO

A construção do solo após a mineração de carvão a céu aberto envolve intenso tráfego de máquinas durante a recomposição topográfica da área, acarretando a compactação das suas camadas repostas, o que gera problemas de infiltração e redistribuição da água ao longo do novo perfil, facilita a erosão hídrica e, consequentemente, dificulta a revegetação do solo construído. O uso de plantas que auxiliam no processo de descompactação do solo constitui-se em importante estratégia na recuperação da qualidade estrutural do solo. Este trabalho analisou a influência de diferentes gramíneas perenes na recuperação da agregação de um solo construído na área de mineração de carvão da Companhia Riograndense de Mineração, localizado em Candiota, RS, implantadas em setembro/outubro de 2007. Os tratamentos estudados foram: T1 - Cynodon dactylon cv vaquero; T2 - Urochloa brizantha; T3 - Panicum maximun; T4 - Urochloa humidicola; T5 - Hemarthria altissima; e T6 - Cynodon dactylon cv tifton 85. Como testemunha, foi utilizada uma área com solo construído sem plantas de cobertura, adjacente à área experimental, denominado T7; e, como referência, uma área com solo natural à frente da mineração, denominada T8. Amostras de solo não preservadas e preservadas foram coletadas em outubro/2009, nas camadas de 0,00-0,05 e 0,10-0,15 m, determinando-se porcentagem de macro e microagregados, diâmetro médio ponderado de agregados (DMP), teor de matéria orgânica, densidade do solo, macro e microporosidade. Os menores valores de macroagregados e do DMP da camada de 0,00-0,05 m do solo construído em relação à camada subsuperficial resultaram do alto grau de compactação dessa, ocasionada pelo tráfego de máquinas pesadas sobre o material argiloso. Após 24 meses de condução do experimento, todos os tratamentos apresentaram melhorias na agregação do solo, quando comparados ao solo construído sem plantas de cobertura (testemunha), principalmente na camada de 0,00-0,05 m, com destaque para as duas espécies de Urochloa (T2 e T4) e a Hermathria altissima (T5). No entanto, as grandes diferenças entre os tratamentos com gramíneas e o solo natural (referência) sugeriram um tempo muito longo para a recuperação das condições estruturais do solo anteriores à mineração.

ASSUNTO(S)

construção do solo macroagregados microagregados diâmetro médio ponderado plantas de cobertura

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