Reconstruindo a epidemia de AIDS entre usuários de drogas injetáveis brasileiros

AUTOR(ES)
FONTE

Cadernos de Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-04

RESUMO

A epidemia de HIV/AIDS entre usuários de drogas injetáveis (UDIs) apresenta, no Brasil, contrastes temporais e geográficos. Esta análise explora tais complexidades, com o emprego de modelagem multinível. As taxas padronizadas de incidência de AIDS em UDIs para os municípios brasileiros (período 1986-2000) foram consideradas como variável-dependente, e um conjunto de indicadores sociais como covariáveis. Em alguns Estados do Norte e Nordeste, a epidemia é incipiente entre UDIs, enquanto a epidemia paulista atinge uma rede de municípios, a maioria deles distantes da capital. Mais recentemente, e em menor escala, disseminação análoga foi observada nos Estados mais meridionais. As covariáveis "número de médicos por habitante" e "distância-padrão da capital do respectivo estado" se mostraram associadas à variável-dependente. Os casos de AIDS entre UDIs parecem se concentrar em municípios mais ricos e bem equipados. O peso relativo dessa disseminação extensa em Estados-chave, populosos, prevalece sobre o conjunto da epidemia brasileira, definindo uma faixa que se estende do Centro-oeste ao Sudeste, com municípios mais ricos, de médio porte, e, mais recentemente, uma faixa sul de municípios substancialmente afetados pela epidemia entre UDIs.

ASSUNTO(S)

uso indevido de drogas parenterais síndrome de imunodeficiência adquirida distribuição espacial incidência

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