Reconstruções pelveperineais com uso de retalhos cutâneos baseados em vasos perfurantes: experiência clínica com 22 casos
AUTOR(ES)
Barreiro, Guilherme Cardinali, Millan, Lincoln Saito, Nakamoto, Hugo, Montag, Eduardo, Tuma Jr, Paulo, Ferreira, Marcus Castro
FONTE
Revista Brasileira de Cirurgia Plástica
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011-12
RESUMO
INTRODUÇÃO: As lesões pelveperineais representam grande parcela das interconsultas para o cirurgião plástico em hospitais gerais. O objetivo do presente trabalho é apresentar a experiência obtida no tratamento de pacientes com lesões perineais, sacrais e de quadril com o uso de retalhos com vasos perfurantes. MÉTODO: Foram estudados, retrospectivamente, os pacientes submetidos a avaliação pela equipe da Divisão de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, nos meses de fevereiro a maio de 2009, que apresentavam feridas em região pelveperineal e no quadril. No total, 22 pacientes foram submetidos a reconstrução com retalhos cutâneos e fasciocutâneos baseados em vasos perfurantes, de acordo com os critérios de inclusão. O período de seguimento médio foi de 6 meses. RESULTADOS: A lesão pelveperineal foi úlcera por pressão em 20 (91%) casos, infecção profunda em 1 (4,5%), e hidradenite perineal em 1 (4,5%). A opção dos retalhos foi previamente estabelecida, dependendo do local da ferida: úlceras sacrais, retalho baseado nas perfurantes da artéria glútea superior em 15 (68,2%) casos; úlceras isquiáticas, retalho baseado nos vasos perfurantes da artéria glútea inferior em 3 (13,6%) casos; e úlceras trocantéricas, retalho tensor da fascia lata perfurante em 2 (9,1%) casos. Retalho fasciocutâneo inervado gluteofemoral foi a opção para a reconstrução pós-síndrome de Fournier em um paciente e após ressecção de hidradenite perineal em outro. Houve necessidade de nova sutura para fechamento primário tardio em deiscência < 10% do perímetro da lesão em 3 (13,6%) casos, durante os primeiros 15 dias de pós-operatório. Não houve casos de necrose > 3% da superfície do retalho. Os resultados foram mantidos no período de seguimento avaliado. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos no presente estudo foram satisfatórios e ficou demonstrada a utilidade de retalhos cirúrgicos sem incorporação de músculo para reconstruções pelveperineais. Essa alternativa para tratamento é menos mórbida para as áreas doadoras e preserva o tecido muscular para possível intervenção futura.
ASSUNTO(S)
períneo ferimentos e lesões Úlcera de pressão retalhos cirúrgicos cirurgia plástica
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