Reconstrução escrotal após gangrena de Fournier
AUTOR(ES)
SANTOS, LEANDRO RICARDO DE AQUINO; COSTA, CONRADO REIS; ALMEIDA, LETÍCIA FRANÇA DE; PFEFFER, JENNIFER; CHAVES, JOÃO VITOR DE MENDONÇA; SILVA, GUILHERME CANABRAVA RODRIGUES; MARQUES, LEONARDO SOARES; BELEZIA, BRUNO DE FREITAS
FONTE
Revista Brasileira de Cirurgia Plástica
DATA DE PUBLICAÇÃO
2022
RESUMO
RESUMO Introdução: Gangrena de Fournier é uma infecção polibacteriana, geralmente causada por bactérias anaeróbias e aeróbias, sendo caracterizada por fasciite necrosante escrotal e perineal. Seu tratamento é embasado em intervenção cirúrgica com excisão da área necrótica e antibioticoterapia precoces. Diversas são as estratégias de reconstrução do defeito resultante do desbridamento, devendo ser salientado que perdas teciduais maiores do que 50% costumam ser reconstruídas com retalhos. Métodos: Análise retrospectiva da série de casos de reconstrução escrotal após gangrena de Fournier procedidos pelos autores ao longo de 2020, totalizando oito pacientes. Resultados: O retalho mais utilizado foi o fasciocutâneo de coxa, que apresentou taxa de necrose parcial de 14,29%, sem necrose total. Em um dos casos foi possível reconstruir uma uretra esponjosa com músculo grácil sem fistulização, evitando que o paciente fosse submetido a uma uretrostomia definitiva. Quanto às complicações, foi comum a ocorrência de intercorrências menores que necessitaram de procedimentos revisionais simples. Destaca-se a prevalência de 75% de diabetes mellitus em nossa casuística, o que pode ter interferido negativamente no processo cicatricial. Conclusão: A reconstrução escrotal com retalhos é importante para acelerar a cicatrização da ferida proveniente do desbridamento de gangrena de Fournier e para manter o aspecto de bolsa necessário para a termorregulação do testículo. Nossa opção primária foi o retalho fasciocutâneo de coxa, que se mostrou seguro. Pequenas intercorrências foram frequentes nesta série, sem comprometimento do resultado final.
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