Reconstrução de via aérea: revisão de uma abordagem à estenose laringotraqueal em estágio avançado

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. j. otorhinolaryngol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-06

RESUMO

Resumo Introdução: A conduta da estenose laringotraqueal é complexa e é influenciada por vários fatores que podem afetar o resultado final. Lesões em estágio avançado representam um desafio especial para o cirurgião encontrar a melhor técnica de tratamento. Objetivo: Avaliar a eficácia de nossa abordagem de reconstrução cirúrgica no tratamento de estenose laringotraqueal em estágio avançado em um centro médico terciário. Método: Revisão retrospectiva de todos os pacientes submetidos a tratamento cirúrgico/reconstrução laringotraqueal aberta pelo autor principal, entre 2002 e 2014. Os pacientes com estenose leve (por exemplo, estágio 1 ou 2) ou aqueles submetidos a procedimento de reconstrução aberta antes da indicação foram excluídos. Pacientes que tinham sido submetidos somente a tratamento endoscópico (por exemplo, laser, dilatação por balão) e não haviam sido submetidos a procedimento de reconstrução aberta em nossa instituição não foram incluídos. As variáveis estudadas incluíram dados demográficos dos pacientes, apresentação clínica, etiologia da doença laringotraqueal, local da estenose, estágio da estenose, o tipo de procedimento corretivo ou reconstrutor feito com o tipo de enxerto usado (onde aplicável), tipo e duração do stent usado, complicações pós-reconstrução e duração do seguimento. Os resultados incluíram taxas de decanulação, número total de cirurgias reconstrutoras necessárias para possibilitar a decanulação e o número de endoscopias pós-operatórias necessárias para obter uma via aérea patente e segura. Resultados: Vinte e cinco pacientes foram incluídos, com 0,5 meses a 45 anos (média de 13,5, mediana de 15) com 16 homens e nove mulheres. Dezessete pacientes (68%) eram menores de 18 anos. A maioria dos pacientes apresentava estridor, falha de decanulação ou desconforto respiratório. A maioria das estenoses era adquirida, enquanto apenas 24% apresentavam causa congênita. Trinta e dois procedimentos reconstrutores foram feitos, resultaram em decanulação de 24 pacientes (96%), com 15/17 (88%) pacientes pediátricos e 5/8 pacientes (62,5%) adultos que necessitaram de apenas um único procedimento reconstrutor. Enxertos de cartilagem foram usados principalmente em crianças (84% vs. 38%) e a maioria dos stents era feita principalmente de silicone, seguido por tubo endotraqueal. O número de endoscopias necessárias variou de um a sete (média de três). Mais comorbidades foram observadas em crianças pequenas, o que resultou em falha de decanulação em um paciente. Pacientes adultos apresentavam doenças mais complexas que requereram vários procedimentos para decanulação, com enxertos menos eficazes do que em pacientes mais jovens. Os pacientes pediátricos apresentaram o dobro da incidência de tecido de granulação em comparação com os adultos. Os pacientes decanulados permaneceram assintomáticos em um seguimento médio de 50,5 meses. Conclusão: A revisão da nossa abordagem para tratamento cirúrgico/reconstrução aberta das vias aéreas demonstrou eficácia na estenose laringotraqueal em estágio avançado. O conhecimento de uma variedade de técnicas de reconstrução é importante para conseguir bons resultados em vários grupos etários.

ASSUNTO(S)

estenose laringotraqueal estenose subglótica reconstrução laringotraqueal ressecção cricotraqueal estadiamento mapeamento

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