Reavaliação de ativos e correção monetária integral no Brasil: um estudo de

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/05/2011

RESUMO

Este estudo contribui para a literatura existente de value relevance relacionada ao papel do patrimônio líquido contábil e do resultado contábil por intermédio de dados brasileiros em um contexto de reavaliação de ativos e contabilidade em moeda constante. Além disso, são efetuadas discussões a partir de resultados empíricos sobre dois importantes assuntos relacionados à informação contábil: relevância e confiabilidade. É aplicada uma metodologia de value relevance, sendo que a variável dependente é o valor de mercado da empresa e as variáveis independentes são o patrimônio líquido e o resultado. A primeira hipótese é a de que a informação contábil pelo custo histórico é menos value relevant do que a informação contábil com práticas de reavaliação de ativos imobilizados. Para o período 1996-2007, as companhias tinham a opção de reavaliar alguns ativos tangíveis de longo prazo. A participação de avaliadores externos nos processos de reavaliações no Brasil provavelmente proporciona um grau de confiabilidade sem muita imperfeição. No entanto, evidências empíricas mostram que as informações contábeis de empresas que efetuaram reavaliações de ativos não são mais value relevant em relação às empresas que não efetuaram. Análises adicionais baseadas em uma especificação de value relevance incremental mostraram que, se os processos de reavaliação não tivessem ocorrido, então a value relevance seria praticamente a mesma para estas empresas. Em outras palavras, a reserva de reavaliação não foi value relevant, apesar de provavelmente ser confiável. Uma explicação possível para esse resultado é uma falta de relevância para as práticas de reavaliação de ativos observadas. A segunda hipótese é a de que a informação contábil pelo custo histórico é menos value relevant do que a informação contábil pela correção monetária integral. No Brasil, a correção monetária era regra até 1995. A partir de 1996, com a inflação atingindo menores patamares, o Governo Brasileiro proibiu práticas de atualização monetária para fins tributários e societários. Apesar disso, algumas empresas evidenciaram informações adicionais em moeda constante para o período 1996-2007. Evidências empíricas mostram que estas informações não são mais value relevant em comparação às informações sem correção monetária publicadas por estas mesmas empresas. Uma explicação possível para este resultado é a confiabilidade subjacente dos indicadores de inflação utilizados por estas companhias. No geral, as evidências empíricas mostram que a informação contábil pelo custo histórico não é menos value relevant. No entanto, é importante enfatizar que os resultados se relacionam com as práticas contábeis das empresas analisadas, e não com os modelos contábeis propriamente ditos.

ASSUNTO(S)

análise fundamentalista asset revaluation brazilian gaap correção monetária integral inflação price level accounting teoria contábil do lucro value relevance.

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