Reações hansênicas após poliquimioterapia em um cluster endêmico no Brasil: conscientização do paciente sobre os sintomas e auto-percepção das mudanças de vida

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. saúde colet.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013

RESUMO

O objetivo foi avaliar o diagnóstico e as consequências de reações hansênicas na percepção dos indivíduos afetados. Estudo transversal realizado em cinco municípios num cluster hiperendêmico do Brasil. Entrevistas estruturadas com 280 indivíduos com reações após o tratamento poliquimioterápico (PQT) no período de 2007 a 2009. Perguntas abertas incluíram informações sobre diagnóstico de hanseníase, alterações de sensibilidade no paciente e autopercepção das mudanças na vida depois de desenvolver reações hansênicas. Neste estudo, 43,2% foram diagnosticados com reação durante o tratamento PQT. Na maioria dos casos, o próprio paciente percebeu aparecimento dos primeiros sintomas (n=240; 85,8%). Centros de atenção primária à saúde representaram a primeira entrada no Sistema Único de Saúde para 95/150 (63,3%) indivíduos. Em 72,6% destes, o diagnóstico de hanseníase foi estabelecido dentro do contexto dos cuidados primários à saúde. Os sinais mais comuns percebidos de sintomas de reação incluem: lesões de pele (42%) e sintomas neurológicos (39%). No total, 216/280 (77,1%) afirmaram ter percebido mudanças na vida depois de desenvolver reações hansênicas. Deficiências físicas que limitam as possibilidades de trabalho e renda reduzida foram aspectos negativos importantes (n=118, 54,6%). Discriminação e isolamento social também foram experimentados. Este estudo indica uma resposta inadequada dos serviços de saúde quanto ao cuidado de indivíduos com reações após o tratamento PQT. Uma abordagem integrada é necessária, incluindo cuidados físicos, psicológicos e participação em grupos de autocuidados.

ASSUNTO(S)

hanseníase reações biológicas saúde da pessoa com deficiência

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