Rastreamento de mutações nos genes G6PT1 e AGL em pacientes com glicogenose

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

As doenças de depósito de glicogênio (GSD) incluem aproximadamente 12 tipos, onde existe falta de uma ou de diversas enzimas que metabolizam o glicogênio normal e são também chamadas de glicogenoses. Os acúmulos intracelulares do glicogênio afetam principalmente células hepáticas, renais, músculo cardíaco e esquelético. As diferentes formas de GSD foram classificadas de acordo com a ordem cronológica em que os defeitos enzimáticos foram identificados. A GSDI compreende um grupo de doenças raras, com padrão de herança autossômico recessivo apresentando grande heterogeneidade clínica e bioquímica. Existem dois principais subgrupos, GSDIa e Ib, confirmados em nível molecular. O subtipo Ia se refere à deficiência da enzima glicose-6-fosfatase (G6Pase), enzima responsável pela manutenção da glicose sanguínea; a GSDIb relacionada à deficiência da glicose-6-fosfato translocase (G6PTl) responsável pelo transporte da glicose-6-fosfato para o lúmen do retículo endoplasmático, onde a unidade catalítica da G6Pase está situada. Outros subgrupos menos comuns foram também identificados, tais como o subgrupo Ic que envolve o transporte de fosfato e pirofosfato e, finalmente, Id que envolve a enzima responsável pelo retomo da glicose do lúmen do retículo para o citosol, existindo, no entanto, controvérsia com relação à classificação desses últimos subtipos. A GSDID é causada pela deficiência da enzima bifuncional AGL, uma proteína monomérica com dois sítios catalíticos diferentes: oligo-l, 4-1,4 glucontransferase e amilo-1,6-glucosidase, e para o funcionamento normal, ambas as atividades são requeridas. A enzima AGL combinada à ação da fosforilase é responsável pela completa degradação do glicogênio. Devido à heterogeneidade clínica dos tipos I e m, durante a infância é difícil se diferenciar clinicamente as duas formas, ambas apresentando sintomas similares de hepatomegalia, hipoglicemia, hiperlipidemia,retardo de crescimento entre outros. Neste trabalho foram estudados 14 indivíduos com sinais clínicos sugestivos de GSDI onde não foram encontradas alterações no gene da G6Pase, responsável pelo subtipo Ia, esses pacientes são, portanto classificados como tipo I non-Q. O gene G6PTl foi seqüenciado completamente em todos os pacientes estudados e dois deles foram diagnosticados em nível molecular como sendo na verdade GSDIb. Foram estudados 6 exons do gene AGL, onde estão localizadas a maioria das mutações descritas até o momento no gene, e somente foram detectados polimorfismos em todos os indivíduos estudados. O protocolo molecular desenvolvido no presente trabalho mostrou-se adequado para o rastreamento de mutações, apesar de terem sido diferenciados molecularmente somente dois indivíduos com subtipo Ib

ASSUNTO(S)

glicose mutação (biologia) engenharia genetica glicogenio

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