Radioterapia complementar sem reforço no tratamento conservador por cancer de mama : impacto na recidiva local

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Objetivo: Avaliar as taxas de recidiva local após o tratamento cirúrgico conservador de câncer de mama em mulheres submetidas à radioterapia complementar sem reforço. Pacientes e métodos: Foi realizado um estudo de coorte reconstituído com 128 pacientes portadoras de câncer de mama estádios I e 11,que foram tratadas com cirurgia conservadora e radioterapia sem reforço, no período de janeiro de 1989 a dezembrode 1996, no Setor de Mastologia do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) da Universidade Estadualde Campinas (UNICAMP).A cirurgia da mama foi a quadrantectomiacom axilectomia,seguida de radioterapiacom 25 frações diárias de 2Gy ou 1,8Gy, cinco dias por semana. As pacientes receberam dose total de 50 ou 45Gy, respectivamente. Foi considerada recidiva local a presença de carcinoma (invasivo ou ductal in situ), confirmado através de exame anátomo-patológico, na mama tratada em qualquer momento do período de seguimento. As pacientes foram estudadas segundo os seguintes critérios: faixa etária, tamanho do tumor, presença de gânglios linfáticos axilares comprometidos e intervalo entre a data da cirurgia e a data do início da radioterapia. A análise estatística foi realizada utilizando Curvas de Kaplan Meyer para apresentar as taxas de recidivas locais e os testes de Log Rank, Wilcoxon e razão de risco para avaliar a relação entre os valores de recidiva local e as variáveis: faixa etária, tamanho do tumor, gânglios linfáticos comprometidos e intervalo entre a data da cirurgia e a data do início da radioterapia. Foi também realizada uma análise multivariada para avalia a independênciae a associação entre as variáveis estudadas e a recidiva local. Resultados: A taxa de recidiva local na população geral foi de 28% em 12 anos de seguimento. As pacientes com idade abaixo de 35 anos apresentaram risco de recidiva local três vezes maior do que as com idade acima de 35. Esses valores encontraram-seno limite da significância (p=0,05); (HR=3,0; 95%IC=1,0 - 9,0).Os tumores com tamanho maior de dois centímetros apresentaram risco de recidiva local três vezes maior do que os tumores menores. Esses valores também se encontraram no limite da significância (p=0,05); (HR=3,0; 95%IC=1,0 - 9,0).As taxas de recidivas locais não se associaram ao estado dos gânglios linfáticos axilares (p=0,09); (HR=1,9; 95%IC=0,8-4,9),assim como não se associaram ao intervalo entre a data da cirurgia e a data do início da radioterapia (p=0,5); (HR=0,9; 95%IC=0,3-2,8).Segundo a análise multivariada,a idade abaixo de 35 anos foi a que apresentou a maior associação às recidivas locais (HR=5,0; 95%IC=1,6-18), seguida dos tumores maiores de dois centímetros (HR= 4,0 - IC= 1,2 - 14). Conclusão:As pacientes tratadas de forma conservadora por câncer de mama e submetidas à radioterapia complementar com dose de 45 ou 50GY sem reforço apresentaram 28% de recidivas locais após 12 anos. Essa taxa foi mais elevada do que as observadasem outros estudos que utilizaram radioterapia com reforço.As com idade abaixo de 35 anos, bem como as portadoras de tumores maiores de dois centímetros, associaram-se a um maior risco de recidivas locais. Esses dados sugerem que essa forma de radioterapia seja insuficiente para o tratamento local dessas mulheres, principalmente nos casos de pacientes com idade inferior a 35 anos ou com tumores maiores de dois centímetros

ASSUNTO(S)

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