Radiocirurgia com acelerador linear em malformações arteriovenosas cerebrais
AUTOR(ES)
Esteves, Sérgio Carlos Barros, Nadalin, Wladimir, Piske, Ronie Leo, Benabou, Salomon, Souza MD, Evandro de, Oliveira, Antonio Carlos Zuliani de
FONTE
Revista da Associação Médica Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008-04
RESUMO
OBJETIVO: Analisar os resultados obtidos com radiocirurgia e as suas complicações do procedimento, no tratamento das malformações arteriovenosas com acelerador linear. MÉTODOS: Este é um estudo retrospectivo. Entre Outubro de 93 e Dezembro de 96, sessenta e um pacientes com malformações arteriovenosas foram tratados, utilizando um acelerador linear com 6MV de energia. As idades variaram de 6 a 54 anos (média: 28,3 anos), 32 pacientes mulheres e 29 pacientes homens. O sintoma inicial mais freqüente foi cefaléia (45,9%), seguido de déficit neurológico (36,1%). Hemorragia cerebral diagnostica por exame de imagem foi observada em 35 pacientes (57,3%). A maioria das malformações arteriovenosas (67,2%) eram graus III e IV de Spetzler. Estenose venosa (21,3%) e aneurisma (13,1%) foram as mais freqüentes alterações da arquitetura vascular. A dose administrada variou de 12 a 27,5Gy na periferia da lesão. RESULTADOS: Dos vinte e oito pacientes que se submeteram a controle angiográfico conclusivo, 18 tiveram obliteração completa (72%) e 7 falharam ao tratamento (ausência de oclusão com mais de três anos de seguimento). Quatro pacientes foram submetidos a uma segunda radiocirurgia, e um paciente deste grupo apresentou obliteração em 18 meses de seguimento. DISCUSSÃO: Vários fatores foram analisados em relação ao grau de oclusão (sexo, idade, volume, localização, Spetzler, fluxo, embolização, total de isocentros, dose prescrita e isodose escolhida) e complicações (total de isocentros, localização, volume, dose máxima, dose prescrita e isodose escolhida). As variáveis analisadas não mostraram significância estatística para a obliteração do vaso, bem como para as complicações de tratamento. O maior diâmetro da malformação arteriovenosa, seu volume e a dose administrada não influenciaram no tempo de obliteração. CONCLUSÃO: Radiocirurgia é eficiente no tratamento das malformações arteriovenosas e pode ser uma alternativa para pacientes com contra-indicações clínicas ou com lesões em áreas eloqüentes. Não foram observadas correlações estatisticamente significativas entre as variáveis estudadas entre oclusão e complicações do tratamento.
ASSUNTO(S)
radiocirurgia estereotáxica radiocirurgia com acelerador linear radioterapia malformações arteriovenosas radiação
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