Racismo institucional e a saúde da mulher negra: uma análise da produção científica brasileira

AUTOR(ES)
FONTE

Saúde debate

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/11/2019

RESUMO

RESUMO O Brasil carrega em sua história séculos de escravidão e ideologias racistas que se refletem no quadro de desigualdades sociais na atualidade. Pesquisas revelam que mulheres negras possuem o pior acesso e qualidade de atendimento em saúde, o que seria consequência do racismo institucional. Com base nesses dados, realizou-se revisão de literatura utilizando a metodologia de revisão sistemática com objetivo de levantar a produção científica brasileira referente ao racismo institucional e à saúde da mulher negra, além de analisar como o tema tem sido tratado pelos pesquisadores. Ficou evidenciado que a literatura a respeito permanece escassa, reforçando a necessidade de se abordar o tema racismo nas pesquisas. Apesar de a desigualdade racial se confirmar em todos os artigos analisados, suas conclusões foram diversas e alguns autores interpretaram os dados como consequência apenas da desigualdade econômica. Conclui-se que o debate a respeito do racismo é de fundamental importância no seu combate e que a associação da desigualdade racial à condição econômica é um reflexo do mito da democracia racial que contribui para a manutenção do racismo institucional. É necessária maior sensibilização dos profissionais a respeito do racismo, de forma a que se torne indispensável pensar na categoria racial para obtenção de uma saúde igualitária.ABSTRACT Brazil carries in its history centuries of slavery and racist ideologies that are reflected in its current social inequalities. Research shows that black women experience the worst access and quality of health care, which would be a consequence of institutional racism. Based on those data, a literature review was applied using the systematic review methodology with the aim to survey the Brazilian scientific production regarding institutional racism and the health of black women, as well as to analyze how the theme has been treated by researchers. It became clear that the literature on the subject remains scarce, reinforcing the need to address the theme racism in further research. Although racial inequality is confirmed in all articles analyzed, their conclusions vary among them, and some authors interpreted data solely as a consequence of economic inequality. We concluded that the debate about racism is of pivotal importance in the fight against it and that the identification of racial inequality with economic condition is a consequence of the racial democracy myth that contributes to the institutional racism perpetuation. Raising awareness about racism is needed among professionals so that it becomes essential to consider the category ‘race’ for equal health.

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