Quirópteros da Reserva Biológica do Tinguá, Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, Brasil (Mammalia, Chiroptera) / Bats from Tinguá Biological Reserve, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro State, Brazil (Mammalia, Chiroptera)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O presente estudo reúne os resultados de um levantamento de quirópteros conduzido na Reserva Biológica (REBIO) do Tinguá, Nova Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, Sudeste do Brasil (22o 28 e 22o 39 S e 43o 13 e 43o 34 W), nos períodos de maio a novembro de 2000, abril de 2002 a janeiro de 2003, abril de 2004 a abril de 2005, outubro a dezembro de 2005 e março de 2006. Foram realizadas 31 noites de coleta, distribuídas em 14 sítios situados em altitudes de 65 a 1270 m. As coletas foram realizadas com redes mist nets, armadas ao nível do solo, em trilhas ou clareiras, em frente a vegetais em floração ou frutificação e próximo a construções e cavidades naturais (grutas, fendas em pedras e ocos de árvores). Também foram armadas redes sobre riachos e corpos dágua ou próximo aos mesmos. Para cada espécie, uma medida externa (comprimento de antebraço) e 13 medidas craniais foram estudadas. As medidas de machos e fêmeas são tratadas separadamente. Um total de 655 indivíduos foi capturado. Vinte e oito espécies de morcegos, distribuídas em quatro famílias, Emballonuridae (2 espécies), Phyllostomidae (19 espécies), Vespertilionidae (5 espécies) e Molossidae (2 espécies) são assinaladas para a Reserva. Dentre estas, destacam-se os registros de Lonchophylla bokermanni, Platyrrhinus recifinus e Myotis ruber, que constam como vulneráveis na Lista das Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção. Comentários taxonômicos são fornecidos para todas as espécies. Myotis riparius é registrada no Estado pela primeira vez. Saccopteryx leptura é registrada pela segunda vez em Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro. O acréscimo de espécies foi mais acelerado entre a terceira e a sétima noite e depois de 21 noites, quando foram iniciadas as coletas em sítios localizados em maior altitude. As espécies consideradas raras (e.g. Peropteryx macrotis, Saccopteryx leptura, Mimon bennettii, Micronycteris microtis, Artibeus cinereus Eptesicus brasiliensis, Myotis ruber) foram amostradas apenas a partir de 21 noites. A riqueza esperada para a REBIO do Tinguá, calculada pelo índice de Chao, é 29,5 espécies, sugerindo que o levantamento está 94,9% completo. A diversidade de espécies, obtida pelo índice de Shannon é 2,46. Carollia perspicillata é a espécie mais freqüente (26,79%) e com maior distribuição dentro da Reserva, estando presente em 12 sítios. O número de sítios amostrados mostrou relação positiva com o número de espécies. Sítios localizados em altitudes médias (501 a 1000 m) são os mais ricos em espécies. Quinze espécies estão ausentes das altitudes acima de 1000 m. Sete espécies foram exclusivamente amostradas em altitudes acima dos 500 m: Peropteryx macrotis, Saccopteryx leptura, Mimon bennettii, Platyrrhinus lineatus, Eptesicus brasiliensis, Myotis levis e Myotis ruber. Quatro espécies têm registros de altitude maiores que o máximo reportado para o Estado do Rio de Janeiro: Peropteryx macrotis (820 m), Saccopteryx leptura (600 m), Tonatia bidens (820 m) e Artibeus cinereus (864, 985 e 1270 m). Os resultados mostram a importância de amostragem em diferentes sítios e em regiões elevadas para obter maior riqueza de espécies em levantamentos de quirópteros.

ASSUNTO(S)

riqueza e diversidade zoologia species diversity and richness altitudinal range variação taxonomy of chiroptera taxonomia de chiroptera

Documentos Relacionados